Maio 3, 2024

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O desmatamento em territórios indígenas causa 90 milhões de toneladas métricas de emissões de CO2 em 2013-21 – Eurasia Review

O desmatamento em territórios indígenas causa 90 milhões de toneladas métricas de emissões de CO2 em 2013-21 – Eurasia Review

O desmatamento em territórios indígenas (TIs) na Amazônia brasileira resultou na emissão de 96 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO).2) entre 2013 e 2021, mudando o papel das florestas como sumidouros de carbono nessas regiões. As emissões nos últimos três anos do período (2019-21) foram de 59%, refletindo a intensidade da extinção.

Os dados são de uma pesquisa liderada por brasileiros e publicada em um artigo Relatórios científicos. Os autores mostram que o desmatamento em TIs soma 1.708 quilômetros quadrados (km²), ou 2,38% do desmatamento total na Amazônia brasileira. Em uma análise de 232 IDs, o desmatamento anual teve média de 35 km², um aumento de 129% entre 2013 e 2021 e 195% nos últimos três anos.

De forma alarmante, o trabalho também mostra que a distância das áreas desmatadas dos limites das instituições de TI em questão aumentou significativamente, passando de uma média de 6,80 km para 8,87 km em 30%.

“Em números absolutos, as áreas desmatadas nessas TIs não parecem tão grandes, mas a TI precisa ser protegida para o meio ambiente, então o impacto é alto. Além da destruição da natureza, o desmatamento traz outros problemas, como doenças e ameaças à sobrevivência de comunidades indígenas isoladas.Um caso recente envolveu os Yanomami, muitos dos quais morreram devido à invasão de garimpeiros. [garimpeiros]”Contou à Agência FAPESP Celso HL Silva-Jr., primeiro autor do artigo. Ele é professor do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Conservação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Consideradas um modelo de conservação florestal eficiente, as TIs têm sofrido crescente pressão das atividades ilegais de dragagem e mineração. O aumento do desmatamento, impulsionado em parte por contratempos como a reversão da política governamental sobre os direitos das comunidades indígenas, ameaça o importante papel da Amazônia no armazenamento de carbono. As florestas tropicais são ecossistemas-chave na mitigação dos efeitos adversos das mudanças climáticas, atuando como sumidouros de carbono, desde que não sejam afetadas. No entanto, o desmatamento extensivo, a queima e a limpeza podem transformar as áreas em questão em grandes fontes de emissões de carbono. Daí a importância das TIs na promoção da conservação e no combate ao desmatamento.

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“É preciso ter em mente que os IDs são fundamentais para que o Brasil cumpra suas metas ambientais e reduza o impacto das mudanças climáticas. Proteger as florestas e os rios nessas áreas é fundamental. florestas em pé e as comunidades tradicionais que vivem nelas”, disse Guilherme Mataveli, coautor do trabalho. .Madaveli é pesquisador da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática (DIOTG) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) bolsista de pós-graduação da FAPESP.

Este estudo também foi financiado pelo Centro de Pesquisa para Detecção de Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Universidade de São Paulo (USP), um Centro de Pesquisa em Engenharia (ERC) estabelecido pela FAPESP e pela Shell, e por meio de um projeto temático vinculado ao programa de pesquisa da FAPESP . Mudança Climática Global (RPGCC).

Em artigo publicado no ano passado na Ciência, Madaveli já havia alertado que o crescente desmatamento na TI estava comprometendo a capacidade do Brasil de cumprir suas metas. Como parte das metas de contribuição determinadas nacionalmente no Acordo de Paris de 2015, o Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de floresta até 2030 e atingir zero emissões líquidas de carbono até 2050.

Um terceiro estudo conduzido por cientistas do mesmo grupo destaca a expansão da mineração pioneira em IDs na Amazônia Legal, que inclui nove estados brasileiros definidos por lei federal para fins de proteção ambiental e desenvolvimento. Toda mineração nessas áreas é ilegal. Durante o período 1985-2020, aumentou 1.217% de 7,45 km² para 102,16 km². A maioria (95%) ocorreu nas IDs Kayapó, Munduruku e Yanomami, nos estados do Pará e Roraima.

Concentração

Em estudo recente, o desmatamento aumentou em 42% dos IDs, 20 dos quais variaram de Arara em Bara a uma taxa de 0,02 km² por ano a Abiderewa em Bara a 8,58 km² por ano.

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Por outro lado, o desmatamento diminuiu em 11% das tecnologias de TI analisadas, significativamente em cinco. Isso inclui Alto Duriazu (estado do Maranhão), lar de aproximadamente 1.500 membros das comunidades Awa Guaja, Gabor e Tempe.

“O foco do artigo era sobre as ameaças aos territórios indígenas, mas essa queda é um achado interessante. Por exemplo, no caso do Maranhão, as comunidades indígenas conseguiram esse resultado positivo porque têm iniciativas próprias para combater o desmatamento, como grupos de patrulhamento a área como guardas florestais”, disse Silva-Júnior. .

Ele observou que o grupo de pesquisadores era diversificado, com dois antropólogos apresentando diferentes perspectivas sobre o tema: Macon Melo, do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente da Universidade CEUMA (Maranhão), e Barbara Maizonau Rice, da Free University of Amsterdam. (VUA, Holanda).

Recomendações

O artigo conclui com seis recomendações de políticas públicas para deter o desmatamento nessas áreas: fortalecimento das autoridades de fiscalização; Revogar leis e ações que tenham causado degradação ambiental; Criação de uma zona tampão de 10 km entre TI e áreas de mineração ou projetos de alto impacto; apoiar iniciativas de uso sustentável da terra, incluindo restauração de ecossistemas; Maior investimento em monitoramento por sensoriamento remoto, incluindo novos sistemas com maior frequência e escala; Cancelamento de todos os Cadastros de Meio Ambiente Rural (CAR) nas instituições de TI; e fortalecer a FUNAI, órgão federal responsável pela garantia dos direitos das comunidades indígenas, com aumento de recursos e pessoal.

Neste ano, a advogada Zonia Wabichana se tornou a primeira indígena a ser nomeada presidente da Funai.