Maio 4, 2024

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Brasil sob Bolsonaro Desmatamento na Floresta Amazônica até 2022: Estudo

Brasil sob Bolsonaro Desmatamento na Floresta Amazônica até 2022: Estudo

Durante o governo de quatro anos do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, vastas áreas da Amazônia deram lugar à mineração, fazendas de gado e cultivo de soja. Quase dois milhões de hectares (5 milhões de acres) de floresta foram destruídos em 2022, o último ano de sua liderança sozinho.

Durante seu mandato de 2019 a 2022, o governo de Bolsonaro enfraqueceu a regulamentação e a fiscalização do desmatamento, cortou os orçamentos de agências que monitoram crimes ambientais e pressionou por leis que permitissem o desmatamento e a mineração em terras indígenas.

Cobrou seu preço. O desmatamento no Brasil em 2015 foi responsável por um quarto da perda global de árvores em algumas das florestas primárias tropicais mais antigas e intactas do mundo. Esse número crescerá para 43% até 2022, de acordo com os autores de um novo relatório do Global Forest Watch (GFW) divulgado pela empresa de pesquisa World Resources Institute (WRI). Desde 2005, o país tem visto a maior perda de árvores não relacionadas a incêndios, disse o relatório.

Mas agora um novo líder chegou. Quando o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o cargo em janeiro de 2023, ele prometeu acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia até 2030.

Essa é uma meta ambiciosa, diz Paulo Masoca, cientista ambiental brasileiro e pós-doutorado na Indiana University Bloomington, onde pesquisa as interações entre humanos e natureza. “Assim, as pessoas destroem as florestas para especular e ganhar dinheiro e, infelizmente, ainda hoje não respeitamos os recursos florestais”, disse à DW.

Uma tendência de desmatamento tropical

No ano passado, o Brasil teve a maior taxa de perda de árvores. A República Democrática do Congo e a Bolívia ficaram em segundo e terceiro lugares. Mas o desmatamento continua sendo um grande problema global.

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Até 2022, a perda de cobertura de árvores em florestas tropicais primárias deverá aumentar em 10% em relação ao ano passado, para 4,1 milhões de hectares. Isso equivale a uma floresta de 11 campos de futebol por minuto, segundo dados da Universidade de Maryland usados ​​no relatório da GFW.

Tem um efeito devastador sobre o clima. As florestas são sumidouros de carbono que absorvem o dobro de dióxido de carbono (CO2) que eles publicam todos os anos.

Embora o WRI informe sobre todas as florestas, ele se concentra especificamente nas florestas tropicais porque elas estão em maior risco. Eles também são vitais para atingir as metas climáticas porque armazenam muito CO2 da atmosfera do que outros tipos de áreas arborizadas. À medida que são destruídos, liberam grande parte do carbono capturado de volta ao ar.

A perda de floresta apenas nos trópicos produziu 2,7 gigatoneladas de CO até 20222 As emissões são equivalentes às emissões de combustíveis fósseis da Índia, o país mais populoso do mundo, disseram os autores do relatório.

“Desde a virada do século, vimos a hemorragia de alguns dos ecossistemas florestais mais importantes do mundo, apesar de anos de esforços para reverter essa tendência”, disse a diretora da GFW, Michaela Weiss, durante uma coletiva de imprensa anunciando as descobertas do relatório.

“Os dados deste ano mostram que estamos perdendo rapidamente uma de nossas ferramentas mais poderosas para combater as mudanças climáticas, proteger a biodiversidade e apoiar a saúde e os meios de subsistência de milhões de pessoas”, acrescentou.

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Desmatamento generalizado é legado do tempo de Bolsonaro

Em nenhum lugar isso é mais evidente do que no Brasil. Entre 2021 e 2022, a perda de florestas primárias no país aumentou 15%. Isso significa que as florestas do país armazenam menos CO2. De acordo com os autores do relatório do GFW, a perda contínua acabará levando a “um ‘ponto de inflexão’ além do qual a maior parte do ecossistema se tornará savana”.

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É uma tendência que os especialistas dizem que pode ser revertida durante o mandato do presidente Lula da Silva. Nos primeiros cinco meses de 2023, o desmatamento na Amazônia caiu 31% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pelo INPE, agência nacional de pesquisa espacial do Brasil.

Não está claro se as taxas de desmatamento continuarão diminuindo. Mas Caterina Jakovac, bióloga da Universidade Federal de Santa Catarina, no Brasil, disse que o IBAMA, órgão que faz cumprir as leis ambientais na Amazônia, já foi fortalecido.

“Já vimos o número de multas por crimes ambientais aplicadas pelo IBAMA nos primeiros três meses. Agora é um sinal de que o IBAMA está de volta ao campo e lutando contra o desmatamento. em breve”, disse ele à DW.

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Combate ao desmatamento na Amazônia: a corrida contra o tempo de Lula da Silva

O presidente Lula da Silva tem uma história de sucesso na redução do desmatamento na Amazônia. Durante seus dois primeiros mandatos como presidente, entre 2003 e 2010, segundo o INPE, a taxa de desmatamento na floresta tropical caiu 80% e se recuperou em 2012.

Algumas das medidas implementadas durante o primeiro governo do presidente Lula da Silva incluíram a expansão de áreas protegidas, a demarcação de territórios indígenas e o monitoramento florestal. O cientista ambiental Masoka disse que seu novo governo está se baseando na experiência do passado.

“O governo Lula reiniciou o processo de demarcação e demarcação de áreas protegidas e terras indígenas, reconhecendo a importância dessas medidas de proteção ao meio ambiente e reconhecendo a importância dos direitos das pessoas e dos povos que vivem na região”, afirmou.

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Mas pode demorar. Os autores do relatório da GFW alertam que não haverá melhora visível até 2024. Isso dá ao Brasil apenas seis anos para cumprir sua promessa de Bolsonaro, juntamente com mais de 140 outros países na cúpula do clima da ONU em Glasgow, de acabar com o desmatamento globalmente até 2030.

O Brasil enfrenta um grande desafio. O biólogo Jakovac disse que é importante estabelecer metas ambiciosas e que a comunidade internacional deve ajudar a atingir a meta de desmatamento zero nas florestas tropicais mais importantes do mundo.

Embora cerca de 60 por cento da floresta amazônica esteja dentro das fronteiras do Brasil, é a maior esperança do mundo para combater a mudança climática. Salvá-lo exigirá um esforço concertado e investimento financeiro por parte da comunidade internacional.

“[Brazil] Precisamos de mais gente na terra, precisamos de recursos… e como consumidores de nossas exportações, a comunidade internacional não deve comprar produtos de terras desmatadas”, afirmou.