Maio 1, 2024

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Com o novo membro Brasil, OPEP+ visa aumentar a participação de mercado e os preços

Com o novo membro Brasil, OPEP+ visa aumentar a participação de mercado e os preços

A OPEP+, um grupo de grandes produtores de petróleo, deverá adicionar o Brasil, o oitavo maior produtor de petróleo do mundo, como seu 24º membro, na esperança de aumentar a sua quota de mercado em declínio nos esforços para usar cortes de produção para elevar os preços a níveis lucrativos.

A decisão foi tomada durante a 36ª Reunião Ministerial da OPEP e não-OPEP, realizada por videoconferência na capital austríaca, Viena, na quinta-feira.

A OPEP+ ratificou as suas anteriores decisões de corte de produção, que foram acordadas para continuar até ao final do próximo ano para “garantir um mercado petrolífero estável e equilibrado”.

Após a reunião, vários membros do comité anunciaram cortes voluntários adicionais de cerca de 2,2 milhões de barris por dia (bpd) no primeiro trimestre de 2024.

Cortes voluntários adicionais anunciados pelos países da OPEP+ incluem Arábia Saudita 1 milhão de bpd, Iraque 223.000 bpd, Emirados Árabes Unidos 163.000 bpd, Kuwait 135.000 bpd, Cazaquistão 82.000 bpd e Omã 82.000 bpd, 51.000 bpd. E.

A Rússia cortará 500 mil bpd do seu volume médio de exportação em maio e junho de 2023 para o mesmo período. Terá capacidade de 300 mil bpd de petróleo bruto e 200 mil bpd de produtos refinados.

Os cortes voluntários entrarão em vigor de janeiro a março do próximo ano e serão reduzidos gradualmente “para apoiar a estabilidade do mercado”, dependendo das condições do mercado.

Alguns cortes de produção eram esperados pelo mercado, porém, o anúncio de que o Brasil se tornará o 24º membro da OPEP+ em janeiro de 2024 foi uma surpresa.

– A fusão OPEP+ e Brasil beneficiará ambas as partes

Tanto a OPEP+ como o Brasil beneficiarão da nova cooperação, afirma Guneyt Kazokoglu, Energy Transition and Energy Economics of Facts Global Energy (FGE), uma consultora energética com sede em Londres.

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“É muito cedo para discutir as implicações da participação do Brasil na OPEP+, no entanto, sabemos que o Brasil não será incluído nos cortes de produção anunciados na quinta-feira”, disse Kazokoglu à Anadolu.

Ser um dos decisores políticos do grupo OPEP+, que tem o poder de influenciar os preços do petróleo, “permite ao Brasil, um grande produtor de petróleo, beneficiar do conhecimento de mercado em primeira mão do grupo e da oportunidade de moldar esta política”, observou Kasokoglu.

Segundo Kazokoğlu, a adesão do Brasil à OPEP+ dá ao grupo a oportunidade de expandir suas fronteiras para outros continentes e crescer ainda mais.

“Outro aspecto da adesão do Brasil à OPEP+ é a integração dos produtores de petróleo controlados pelo Estado”, sublinhou.

Afirmando que a adição do Brasil aumentaria a capacidade de produção do grupo OPEP+ a um nível significativo, Kazokoglu disse que gerir uma produção tão grande de forma integrada é “uma questão muito importante”.

– Protegerá o papel do Brasil como membro da OPEP+

George Leon, vice-presidente sênior da Rystad Energy, com sede na Noruega, disse que a decisão da reunião ministerial foi uma “vitória agridoce” para o chefão do grupo, a Arábia Saudita.

“O reino ganhou o apoio de alguns membros da OPEP+ para contribuir para os cortes de produção do próximo ano, mas outros opõem-se ou estão em cima do muro e não estão incluídos nesta nova ronda de cortes”, disse ele.

Lyon alertou que a incapacidade de obter uma decisão de todo o grupo sobre os cortes de produção “não é boa para a unidade e coesão do grupo e limita a capacidade do grupo de equilibrar o mercado”.

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Recordando a queda repentina nos preços do petróleo imediatamente após o anúncio, Leone disse que tal movimento de preços sugere decepção com o resultado do mercado.

Leon destacou dois fatores para o declínio dos preços após a decisão da política de produção da OPEP+.

“Em primeiro lugar, os cortes são de curto prazo, válidos apenas para o primeiro trimestre de 2024. Em segundo lugar, e mais importante, o grupo não conseguiu chegar a acordo por unanimidade sobre uma estratégia e, em vez disso, teve de confiar em cortes unilaterais voluntários”, disse ele. disse.

Originalmente agendada para 6 de Novembro, a reunião ministerial da OPEP+ foi adiada por quatro dias devido a divergências sobre as quotas de produção para os países africanos.

Com os cortes renovados, espera-se um défice de mercado de cerca de 400.000 bpd no primeiro semestre de 2024, o que “levará a um aumento dos preços do petróleo para 80 a 85 dólares por barril nos próximos meses”, disse Leon.

Outro resultado importante da reunião ministerial foi a decisão do Brasil de aderir à aliança OPEP+ como o oitavo maior produtor de petróleo do mundo, produzindo cerca de 3,6 milhões de bpd, disse Leon.

“A adição da produção brasileira ao grupo levaria a participação de mercado global da OPEP+ para mais de 60%, retornando aos níveis de 2018”, acrescentou.

– Os preços do petróleo permanecerão nos 75 dólares por barril até meados do próximo ano

Matt Stanley, líder de parcerias para o Médio Oriente na empresa de análise Kpler, disse que as divergências entre os membros da OPEP+ foram em grande parte resultado da influência limitada dos produtores africanos sobre o cumprimento.

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Observando que sempre haverá diferenças de opinião, Stanley disse que o grupo tem se saído “notavelmente bem” até agora.

“Eles continuarão a ter um bom desempenho”, explicou, acrescentando que o mercado não vê estas diferenças como negativas.

Explicando a razão da recente queda dos preços, Stanley apontou para o ressurgimento da procura de petróleo bruto no mercado.

“Achamos que os cortes voluntários sauditas se estenderão até o próximo ano, então eles irão adiar voluntariamente um milhão de barris por dia. Depois, vemos outros que cortaram voluntariamente, e esses cortes durarão até julho do próximo ano”, disse Stanley.

Ele previu que os preços do petróleo ficarão sob pressão no início do próximo ano devido a um excesso de oferta.

Ele observou que os preços permanecerão em US$ 75 por barril até meados do próximo ano, à medida que o mundo reduzir os estoques de petróleo bruto.

Invocando preocupações de que os cortes na oferta da OPEP+ possam resultar na perda de quota de mercado do grupo, Stanley disse: “O mundo precisa de petróleo. O problema é que o mundo precisa do tipo certo de petróleo e o que está actualmente em falta é o de grau médio ácido, razão pela qual os preços se mantêm elevados.

Por Firtheves Yuksel e Sibel Morrow

Agência Anadolu

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