[1/3]Membros da tribo Mura caminham em uma área desmatada de terras tribais indefinidas na floresta amazônica perto de Humaitá, estado do Amazonas, Brasil, em 20 de agosto de 2019. REUTERS/Wesley Marcelino/Foto de arquivo Obtenha direitos de licença
BRASÍLIA (Reuters) – A empresa canadense Brazil Potash Corp, que planeja construir a maior mina de fertilizantes da América Latina na selva amazônica, diz que a tribo local Mura concordou com o plano, mas promotores federais estão insistindo com a comunidade. Ainda dividido.
A Brasil Potash na terça-feira, um dia depois de uma reunião entre executivos da empresa, líderes do Mura, políticos locais e o governador Wilson Lima, apoiou a mineração de investimentos e empregos no estado do Amazonas.
“Este é um marco importante no desenvolvimento do projeto, pois demonstra claramente o respeito pelos desejos dos Mura”, afirmou a empresa em comunicado, citando consultas com a tribo.
No entanto, os procuradores federais em Manas disseram que o apoio à mina não era unânime e forneceram uma carta de uma aldeia Mura, dizendo que os líderes comunitários foram induzidos em erro ao assinarem actas de reunião, que a empresa considerou aprovação para a mina.
“Não houve consenso entre Mura em relação ao projeto de mineração”, afirmou a promotoria em comunicado. Acrescentou que continua em vigor uma ordem judicial suspendendo a licença da mina.
O Brazil Potash, um banco comercial com sede em Toronto focado em recursos naturais de propriedade do Forbes & Manhattan Group de Stan Barthy, disse que Mura decidiu realizar o referendo e que mais de 60% das 36 comunidades votaram a favor.
“Há algumas pessoas que decidiram não apoiar o projeto, mas elas são minoria”, disse o presidente-executivo da Brazil Potash, Matt Simpson, em entrevista.
“As pessoas que não aceitam o resultado do referendo queixam-se agora a um advogado que está claramente a abusar do seu poder”, acrescentou.
A juíza federal Jaysa Froggs reiterou no mês passado sua decisão de 2016 que suspendeu o projeto enquanto se aguarda consulta com Mura e exigiu uma licença da agência ambiental federal IBAMA, em vez da agência estadual IPAAM, que concedeu a licença em 2015.
Em sua decisão de 25 de agosto, o juiz disse em sua decisão de 25 de agosto que se a agência de assuntos indígenas FUNAI concedesse a reivindicação de Mura de status de reserva protegida para a aldeia onde o projeto de mineração se sobrepõe, o projeto precisaria da aprovação do Congresso. A mineração em terras indígenas é proibida pela constituição do Brasil.
A mina em Autazes, 120 km a sudeste da capital do estado do Amazonas, Manas, reduzirá a dependência dos agricultores brasileiros das importações de 95% do seu atual fertilizante potássico.
Espera-se que o projeto de potássio de US$ 2,5 bilhões produza até 2,4 milhões de toneladas por ano, cerca de um quarto da demanda brasileira, e levará três anos para ser desenvolvido depois de aprovado.
A Brasil Potash disse que a FUNAI ainda precisa concluir uma revisão do “estudo de consulta indígena” da empresa antes de emitir a licença de instalação necessária para iniciar a mineração.
A empresa tem insistido que seu projeto não está em terras indígenas porque a reivindicação de Soares não foi formalmente reconhecida pela FUNAI. Os defensores dizem que a mina afetará a subsistência de cerca de 15 mil pessoas de Mura.
Algumas pessoas em Mura temiam que a mineração poluísse os rios e afugentasse a caça e os peixes que neles vivem. A Brasil Potash afirma que a mina causará pouco impacto ambiental porque o sal separado do potássio em uma planta de processamento é devolvido ao subsolo.
Reportagem de Anthony Bodle em Brasília e Ana Mano em São Paulo Edição de Brad Haynes e Nick Zieminski
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