Por Jeffrey T. Lewis
SÃO PAULO – A inflação no Brasil acelerou em fevereiro e janeiro e em relação ao ano anterior, à medida que os custos da educação e os preços dos alimentos e bebidas subiram.
Os preços ao consumidor aumentaram 1,01% em relação a janeiro, o ritmo mais rápido para o mês desde 2015, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ou IBGE, nesta sexta-feira. Os preços subiram 10,54% em relação ao ano anterior, disse.
Em janeiro, os preços subiram 0,54% no mês e 10,38% no ano.
Escolas brasileiras e fornecedores de produtos educacionais aumentam os preços todos os anos em fevereiro, no início do novo ano letivo. O custo da educação aumentou 5,61% em fevereiro em relação a janeiro, o único maior impacto no índice geral, disse o IBGE. O segundo maior fator foram os preços dos alimentos, disse a agência de estatísticas.
“Em fevereiro, o grupo alimentação foi atingido pelo excesso de chuvas e também por secas que prejudicaram a produção em várias regiões produtoras do Brasil”, disse Pedro Kislanov, gerente de pesquisa da série de inflação do IBGE.
Os preços dos alimentos subiram 1,28% no mês, com o preço da batata subindo 23,49% e o preço da cenoura saltando 55,41%, informou o IBGE.
O Banco Central do Brasil vem aumentando sua taxa básica de juros, a Selic, desde o início de 2021 para tentar desacelerar a inflação. A Selic passou de uma baixa recorde de 2% em março do ano passado para uma alta de cinco anos de 10,75% na última reunião do comitê de política monetária, em fevereiro. O comitê disse naquela reunião que espera desacelerar o ritmo dos aumentos das taxas em reuniões futuras.
O comitê se reúne novamente na próxima semana, e muitos economistas esperam que o banco anuncie um aumento de um ponto percentual, para 11,75%, na quarta-feira, após três aumentos consecutivos de 1,5 ponto percentual.
“Embora o cenário global tenha mudado significativamente desde a última reunião, na ata de fevereiro o Copom separou a intenção de desacelerar o ritmo de uma decisão sobre o tamanho da nova alta em si”, segundo economistas do Barclays. “Em nossa opinião, o banco pode preferir estender o ciclo em vez de continuar antecipando-o neste estágio.”
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