Maio 6, 2024

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Como é cultivar em Iowa e no Brasil?

Como é cultivar em Iowa e no Brasil?

Os agricultores americanos são atraídos pela agricultura brasileira. O que acontece com as colheitas no Brasil é importante para os mercados de grãos dos EUA. Matthew Cruz, natural de Iowa, que cultiva com sua família perto de Royal, Iowa, também cultiva no Brasil.

Cruz, colunista regular da Farm Futures, passou um tempo administrando milhares de hectares de terras agrícolas na fronteira com o Brasil. Conhece as safras, a infraestrutura e as perspectivas do Brasil melhor que qualquer pessoa.

Tendo administrado mais de 22.000 acres de milho, soja e algodão no Brasil, Cruz pode responder a muitas perguntas: Como conseguir terras e começar a cultivar no Brasil? Como é a estação de cultivo? Como estão as safras desta temporada no Brasil?

O Farm Progress Podcast – FP Next – apresentado por John Deere, começou a responder a essas perguntas em um episódio recente do Deep Dive.

Perguntas candentes

Extraídas do podcast, algumas das perguntas respondidas por Cruz fornecem insights sobre os sistemas de cultivo no Brasil e como eles evoluem.

Como você se interessou pela agricultura no Brasil e como iniciou sua operação lá? Minha primeira viagem ao país foi em 2001. Eu estava me preparando para me formar na Iowa State University. Não sei muito sobre o Brasil. Na verdade, durante meus primeiros seis meses, andei por aí com um dicionário de bolso. Ninguém falava inglês onde eu estava, apenas português, então não tive escolha a não ser aprender o idioma. Aprendi algumas palavras todos os dias e, depois de 100 dias, comecei a construir a base do idioma.

Terras e mão de obra baratas e nossa busca por oportunidades nos levaram até lá. Quando os preços do milho estavam baixos, eles podiam chegar a US$ 2 ou menos por bushel. Os terrenos em Iowa pareciam caros naquela época – talvez não se comparem agora – mas na época. Você pode comprar terrenos em Iowa por um décimo ou um décimo quinto do custo do terreno. Parecia uma oportunidade de licitar localmente e trabalhar com uma margem de lucro muito estreita.

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Meu pai fundou a CommStock Investments e, como consultor de commodities dessa empresa, eu estava olhando para o mercado e para os principais fatores de crescimento no Brasil. Eu estava lendo muito sobre o Brasil. No início dos anos 2000, o país estava em estado de mudança. Foi meu pai quem nos iniciou no Brasil com a ideia de cultivar lá. Apesar da disponibilidade de terrenos acessíveis, exigia muito capital. Inicialmente pagamos cerca de US$ 800 por acre. Algumas terras eram ainda mais baratas. Mas desenvolver a terra custa centenas de dólares a mais por acre. Muito do valor da terra está vinculado ao desenvolvimento.

Você pode precisar de cinco a 10 anos e milhões de dólares para preparar o terreno para produção. É um sistema diferente do dos EUA, onde o nosso solo é rico e muito rico em matéria orgânica. No Brasil, o solo possui menos de 1% de matéria orgânica e o pH natural do solo é 4 ou menos. Portanto, tudo que você precisa para ter uma boa colheita, você tem que colocar no solo.

Hoje, para desenvolver terras brasileiras, por exemplo, é preciso adicionar cal e fosfato. O desenvolvimento custa mais de US$ 1.000 por acre. Se você está falando de 80 acres como os que temos em Iowa, isso é uma coisa. Mas se você está falando de 8.000 ou 80.000 acres de terra como o Brasil, você tem que assinar cheques de milhões de dólares. Não há financiamento envolvido, então você paga do próprio bolso ou com fluxo de caixa e lucros.

Quando chegamos lá, o Brasil produzia 35 milhões de toneladas de soja. Agora, é cinco vezes mais do que cerca de 156 milhões de toneladas métricas. O crescimento da soja naquele país tem sido feito sem financiamento, o que é impressionante.

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Quais são as condições de cultivo no Brasil atualmente e como a cultura do milho está sendo integrada aos seus sistemas de cultivo baseados na soja? Após a primeira safra de soja, há algum tempo após a colheita no período das chuvas. Sem neve ou geada. A temperatura não muda muito. A maior preocupação deles é ficar sem chuva.

Agricultores brasileiros plantam milho após sua primeira safra de soja. A segunda safra, o milho, é vista mais como uma cultura de rotação. O milho segunda safra responde por 77% da produção total de milho do Brasil. Há cerca de 20 anos, não era nada. Agora, 77% estão nessa segunda safra. A colheita rende apenas 100 alqueires por acre ou menos, então o rendimento não é grande. Mas a safra de milho beneficiará a próxima safra de soja. Sendo a soja a principal cultura comercial, segue-se a rotação com o milho.

Na região de Mato Grosso, são cultivados 30 milhões de hectares de soja. Eles cultivam 60% desses hectares em segunda safra para milho, então nem sequer plantam 100% de seus hectares de soja para milho. E se aumentassem a produtividade e plantassem mais milho? Para aumentar os rendimentos, estão a ser feitos esforços para plantar milho cedo, para que haja mais tempo na estação chuvosa.

O desafio é que em breve irá impulsionar a primeira safra de soja. Então, em vez de plantar soja em outubro, eles plantam em setembro. Valeu a pena no ano passado, quando o milho foi plantado atrás da safra de soja. Mas no ano passado demorou mais para começar a chover. A segunda safra de milho entrou em boas condições. Mato Grosso é de longe a maior região produtora de milho. Se tiverem milho até 20 de fevereiro, começará tarde e há maior risco de entrarem em estação seca.

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Para ouvir o podcast completo com Kruse e outros episódios do FP Next, visite farmprogress.com/program/fp-next.