Dados de satélites do INPE mostraram que 3.750 quilômetros quadrados (1.448 milhas quadradas) da maior floresta tropical do mundo foram perdidos no Brasil entre 1º de janeiro e 24 de junho, a maior área desde que o monitoramento começou em 2016.
Os satélites do INPE vêm registrando novos recordes mensais de desmatamento desde o início do ano, tendo registrado 2.562 incêndios na Amazônia no mês passado.
Maio e junho geralmente marcam o início de queimadas e desmatamentos anuais significativos devido à estação seca na Amazônia.
Em maio, o INPE detectou 2.287 incêndios na floresta tropical, o maior número para aquele mês desde 2004.
A destruição da maior floresta tropical do mundo aumentou desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o cargo em 2019 e enfraqueceu a proteção ambiental, argumentando que estão impedindo o crescimento econômico que poderia reduzir a pobreza na região amazônica.
Embora o presidente tenha promulgado várias ordens executivas e leis para proteger a floresta tropical, ele simultaneamente cortou o financiamento para programas de proteção e monitoramento ambiental administrados pelo governo e pressionou para abrir terras indígenas para agricultura comercial e mineração.
Em outubro de 2021, um grupo de advogados climáticos instou o Tribunal Penal Internacional (TPI) a investigar a Amazônia por seus supostos ataques, que eles disseram ser “crimes contra a humanidade”.
Mas o presidente do Brasil reagiu contra os críticos internacionais que pressionam por uma melhor proteção da floresta tropical.
No início de maio, Bolsonaro atacou Leonardo DiCaprio, dizendo que o ator deveria “ficar de boca fechada” depois de falar sobre a importância ambiental da Amazônia.
Alguns cientistas prevêem que o desmatamento continuará a aumentar no período que antecede a eleição presidencial do Brasil em outubro, mais do que nas últimas três eleições.
A fiscalização ambiental normalmente enfraquece durante os anos eleitorais e os criminosos correm para desmatar as florestas antes que um novo governo tome posse, diz Carlos Sousa Jr., pesquisador da empresa brasileira de pesquisa Imazon.
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