Maio 3, 2024

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Al-Zaida do Brasil alcança reconhecimento internacional

AL-ZAIT & co do Brasil alcança reconhecimento internacional

Em duas temporadas, o produtor do sul do Brasil Al-Zait & co. De novato na produção de azeite, tornou-se premiado no maior palco.

Produtor gaúcho recebeu três prêmios ouro em 2023 Concurso Mundial de Azeite NYIOOC Seus monovarietais Bigval, Frantoio e Koroniki estão entre os melhores azeites virgens extras do mundo.

Se você deseja a melhor qualidade, precisa ter acesso à tecnologia mais recente e ter controle total de todo o processo.– Luiza Osório, Cofundadora, Al-Zait & co.

Tudo aconteceu muito rápido e acho que tem a ver com o nosso trabalho e paixão, bem como com a disponibilidade de tecnologia e práticas agrícolas, quando utilizadas corretamente, que nos deram muita satisfação”, Luiza Osório, Cofundadora e Diretora Financeira Oficial da Al-Zait &co., Olive Oil disse ao Times.

Os três prémios em Nova Iorque somaram-se a outros reconhecimentos locais que encorajaram Osorio e o seu sócio Fernando Alfama a dar o próximo passo e competir no maior concurso mundial de qualidade de azeite.

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Nova York tem sido uma ótima opção para nós; Ficamos muito felizes com isso. Sabíamos que tínhamos ótimos produtos, mas não esperávamos tanto sucesso”, disse Osorio. ​2023 é uma ótima temporada para nós.

Fernando e eu somos brasileiros, mas nossa história familiar é complicada. A família da minha mãe é italiana, o meu pai é metade espanhol e metade português. A família do Fernando é natural de Gaza, tem raízes portuguesas e libanesas”, acrescentou Osorio, apontando a importância da cultura do azeite em ambas as famílias.

Tudo começou em 2005, quando Fernando trabalhava na Europa, principalmente em Portugal, explorando a sua paixão pela culinária e pela comida, pesquisando ingredientes”, continuou. ​Ele apreciava muitos bons azeites, produtos de qualidade que não encontrávamos no Brasil naquela época.

Localizada perto da fronteira sul do Brasil com o Uruguai, a fazenda da família Osório dedica-se principalmente a culturas comuns, incluindo soja, arroz e pecuária.

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Em 2014, Fernando visitou a fazenda da nossa família e notou dois morros sem uso”, disse Osorio. ​Pareciam um local conveniente para oliveiras, por isso começámos a explorar a possibilidade de plantar algumas ali.

Osorio disse que o casal tem amigos que produzem azeite na Espanha, Itália e Argentina, por isso o casal estudou como os produtores utilizam a tecnologia e as práticas agrícolas para alcançar a qualidade.

Anos mais tarde, após extensa pesquisa, o casal plantou 3.300 oliveiras na serra, produzindo 6.000 litros de azeite até 2022.

“Escolhemos a arbequina pelas suas qualidades polinizadoras e o coronequi porque durante nossas pesquisas em fazendas no Uruguai vimos como ela se adapta bem a diferentes condições”, disse Osorio.

Fiz questão de ter o Bigval, do qual sou muito fã, e pelas nossas raízes familiares queríamos um toque de Itália, por isso escolhemos o Frantoio”, acrescentou.

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A Al-Zait & co. produz azeites virgens extra monovarietais a partir de azeitonas Cobrancosa, Bigval, Frantoio e Koroniki.

A Al-Zait & co. também gere um pequeno número de oliveiras Copranzosa, amplamente cultivadas no norte de Portugal e conhecidas pelos seus rendimentos notáveis.

Na nossa pesquisa, ao estudarmos como as oliveiras eram cultivadas e cuidadas em muitos países, notamos como a região de Tross-os-Montes, no norte de Portugal, em termos de clima e paisagem, era semelhante ao Brasil”, disse Osorio.

Um dos objetivos da empresa é expandir as oliveiras Copranzosa. ​Porém, não pretendemos aumentar significativamente o volume, pois estamos focados apenas na qualidade”, disse Osorio.

Todas estas árvores crescem bem e alguns dos nossos amigos portugueses disseram-nos como é extraordinário que essas árvores cresçam tão altas e rápidas como nas nossas montanhas”, acrescentou.

Outro investimento em que Al-Zait & co. está trabalhando agora é a instalação de uma fábrica. ​Precisamos da usina por vários motivos”, disse Osorio. ​Primeiro, se você deseja a melhor qualidade, precisa ter acesso à tecnologia mais recente e ter controle total sobre todo o processo.

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“A segunda razão é mais prática, porque a planta está perto dos nossos pomares, torna muito mais fácil preservar a qualidade da azeitona quando colhemos e processar a azeitona fresca”, acrescentou.

Quando chega a época da colheita, a empresa tem de alugar camiões frigoríficos caros para armazenar as azeitonas colhidas durante o dia. ​Depois disso, temos que percorrer mais de 170 quilómetros para levar a azeitona ao lagar”, disse Osorio.

O ar condicionado é importante porque a colheita começa em fevereiro, quando as temperaturas atingem o seu pico durante o final do verão no hemisfério sul.

Como não queremos trabalhar sob sol escaldante, normalmente iniciamos a colheita às 5h e continuamos até às 14h, quando temos que transportar a colheita diária para a usina”, disse Osorio.

Tal como os produtores de todas as latitudes, a Al-Zait & co. está a aprender a lidar com a imprevisibilidade do clima.

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Al-Zait & co. disse que as regulamentações trabalhistas dificultam a contratação de trabalhadores para a colheita com contratos de curto prazo.

“Esta estação parece muito inusitada e como as árvores também agem à sua maneira, num ramo de oliveira dá para ver flores, frutos pequenos e frutos grandes”, disse Osorio.

Junto com os desafios climáticos, as regulamentações trabalhistas no Brasil estão causando dores de cabeça ao premiado produtor, disse Osorio.

Eu diria que o maior obstáculo que temos que superar, e não apenas nós, são as atuais regulamentações brasileiras sobre trabalho sazonal”, disse Osorio.

O cofundador da Al-Zait & co. observou que embora existam trabalhadores tecnicamente suficientes para concluir a colheita, o problema surge da burocracia envolvida na contratação sazonal.

“A regulamentação actual exclui a possibilidade de contratar um trabalhador apenas 15 ou 20 dias por ano, tempo necessário durante a colheita”, explicou.

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“Não existe uma regra clara sobre o que constitui um salário justo e as condições que nós, como empregadores, devemos proporcionar aos trabalhadores”, acrescentou Osorio. ​As regras aplicam-se apenas a fábricas e instalações interiores, embora não proporcionem um caminho claro para os trabalhadores em espaços abertos.

Além da contratação de pessoal, a natureza sazonal do trabalho faz com que as mesmas pessoas não estejam disponíveis em todas as estações. Como resultado, Osório tem regularmente de treinar trabalhadores para colher e podar.

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Um dos desafios de Al-Zait & co. é formar trabalhadores sazonais todos os anos para seguirem as melhores práticas de colheita e poda.

Passo para eles as lições que aprendi participando de cursos no exterior”, afirmou. ​Agora temos cinco funcionários treinados e podemos explicar aos outros como proceder. Quando chega a época da tosquia, também estou no campo”, disse.

Junto com esses desafios, disse Osorio, existem desafios para convencer os consumidores a escolher o azeite virgem extra brasileiro em vez de marcas importadas.

“O mercado brasileiro está crescendo rapidamente”, disse ele. ​No entanto, muitos consumidores locais ainda não sabem muito sobre a qualidade do azeite, pelo que não valorizam o azeite produzido localmente.

Em vez disso, disse ele, os consumidores brasileiros instintivamente procuram marcas com nomes que soem espanhóis, italianos ou portugueses nos supermercados.

Por isso estamos em localidades muito específicas e trabalhamos para vender nossos produtos diretamente aos nossos consumidores-alvo, que buscam qualidade”, disse Osorio. ​Assim que os consumidores conhecem o azeite e provam os nossos produtos, compram-no imediatamente.

Há anos, penso que hoje tínhamos vinho onde os consumidores locais ainda tinham de compreender que os produtos locais eram diferentes mas de um nível superior”, concluiu. ​Demorou anos para mudar essa cultura.