Maio 3, 2024

FVO Site

Encontre as últimas notícias do mundo de todos os cantos do globo no site FVO, sua fonte online para cobertura de notícias internacionais.

Sindicatos sabotam greve contra 3.600 demissões na Mercedes no Brasil

Sindicatos sabotam greve contra 3.600 demissões na Mercedes no Brasil

Em 6 de setembro, a ABC anunciou 3.600 demissões em sua fábrica de São Bernardo do Campo, área industrial de São Paulo. A empresa anunciou que 2.200 funcionários permanentes serão demitidos e outros 1.400 funcionários temporários não terão seus contratos renovados.

Trabalhadores da Mercedes-Benz se reúnem após o anúncio da demissão (Foto: Adonis Guerra/SMABC/FotosPublicas)

Com cerca de 9.000 trabalhadores, 6.000 deles em produção, a fábrica de São Bernardo é a maior da Mercedes fora da Alemanha. Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), as demissões de 3,6 mil funcionários impactarão indiretamente outros 18 mil empregos.

Diante da oposição dos trabalhadores, o Sindicato dos Metalúrgicos (SMABC), filiado à CUT, controlado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), foi forçado a anunciar uma greve de três dias na fábrica. Nesse período, o sindicato não convocou uma ação coletiva dos trabalhadores do ABC, uma greve geral para reverter todos os despedimentos. Na segunda-feira, todos estavam de volta ao trabalho, e o sindicato continuou a se reunir com a Mercedes-Benz nas costas dos trabalhadores.

Em reunião na porta da fábrica em 8 de setembro, dois dias após o anúncio das demissões, o presidente da SMABC, Moisés Selérges, manifestou sua disposição de ajudar a empresa com os cortes. “Muitas vezes, em um processo de negociação, nem tudo que o sindicato quer ganha, mas nem tudo que a empresa quer”, disse Selerges.

O diretor-executivo da SMABC, Aroaldo da Silva, admitiu aos trabalhadores da Mercedes que a liderança sindical já conhecia e participou de discussões de corte de custos com a empresa. Silva anunciou na reunião de trabalhadores: “Temos discutido essas questões. A direção da Mercedes começou a apresentar o cenário de que a empresa não estava obtendo os lucros esperados. A matriz da empresa tinha que investir no Brasil e, segundo eles, era necessário A necessidade de reorganizar as peças, Silva disse que a falta de peças e semicondutores vem sendo discutida pelo sindicato com a direção da fábrica “há algum tempo”.

READ  O atleta olímpico que deu aos garotos das favelas do Brasil uma chance de lutar

As declarações de Silva de que é preciso aceitar demissões em massa ou enfrentar “o pior” mostram que o sindicato está discutindo com a empresa a melhor maneira de reprimir os protestos dentro da fábrica em vez de agir contra as demissões.

Ao contrário das falsas declarações da Mercedes e da burocracia sindical, a indústria automobilística obteve lucros enormes. No segundo trimestre do ano, o Grupo Mercedes-Benz registrou lucro de 3,11 bilhões de euros, ou R$ 16,4 bilhões.