Maio 5, 2024

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Promotores brasileiros estão exigindo que Bolsonaro seja julgado por incitar os distúrbios

Promotores brasileiros estão exigindo que Bolsonaro seja julgado por incitar os distúrbios

RIO DE JANEIRO – A Procuradoria-Geral da República pediu na sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal para incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro em uma investigação sobre quem provocou os distúrbios de 8 de janeiro na capital do país.

Como base para o pedido, advogados de um grupo recém-formado para combater atos antidemocráticos citaram um vídeo que Bolsonaro postou no Facebook dois dias após os distúrbios. O vídeo afirma que Luiz Inácio Lula da Silva não foi eleito para o cargo, mas foi escolhido pelo Supremo Tribunal Federal e pela Comissão Eleitoral do Brasil.

Fora isso, Bolsonaro evita comentar a eleição desde a derrota de 30 de outubro. Antes da votação, ele repetidamente questionou a confiabilidade do sistema de votação eletrônica do país, após o que entrou com uma petição para cancelar milhões de votos expressos nas máquinas.

Os promotores argumentaram que, mesmo que Bolsonaro divulgasse o vídeo após os distúrbios, seu conteúdo era suficiente para justificar uma investigação antecipada sobre sua conduta. Bolsonaro apagou na manhã seguinte à publicação original.

As autoridades estão investigando quem permitiu que a linha dura de Bolsonaro bloqueasse o Supremo Tribunal Federal, o Congresso e o palácio presidencial em uma tentativa de anular os resultados das eleições de outubro. Os alvos incluíam aqueles que pagaram para transportar os manifestantes para a capital e o pessoal de segurança local que ficou de prontidão enquanto os tumultos se desenrolavam.

Grande parte da atenção até agora se concentrou no ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, que assumiu a chefia de segurança do Distrito Federal em 2 de janeiro e estava nos Estados Unidos no dia dos distúrbios.

O juiz do Supremo Tribunal Alexandre de Moraes ordenou a prisão de Torres esta semana e abriu uma investigação sobre suas ações, que caracterizou como “negligente e cúmplice”. Em sua decisão, tornada pública na sexta-feira, de Moraes disse que Torres demitiu subordinados e fugiu do país antes dos distúrbios.

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Um tribunal emitiu um mandado de prisão para o ex-chefe de segurança e ele deve retornar dentro de três dias ou o Brasil exigirá sua extradição, disse o ministro da Justiça, Flavio Dino, na sexta-feira.

“Se a presença dele não for confirmada até a próxima semana, é claro que usaremos o mecanismo da cooperação jurídica internacional. Vamos iniciar os procedimentos para extraditá-lo na próxima semana”, disse Dino.

Torres negou irregularidades e disse no Twitter em 10 de janeiro que interromperia as férias para voltar ao Brasil para apresentar sua defesa. Três dias depois, ainda não aconteceu.

O ministro apontou para um documento encontrado quando a polícia federal brasileira revistou a casa de Torres; Um projeto de decreto que poderia assumir o controle da autoridade eleitoral do Brasil e anular a eleição. A origem e a autenticidade do documento não assinado permanecem incertas, segundo analistas e a Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, e não está claro se Bolsonaro ou seus subordinados tomaram medidas para implementar a medida inconstitucional.

Mas o documento “será incluído na investigação policial porque revela de forma mais completa a existência de uma cadeia de responsáveis ​​pelos eventos criminosos”, disse Dino, acrescentando que Torres deve informar à polícia que foi criada.

Mario Sergio Lima, analista político da Medley Advisors, disse que Torres pode ser acusado de abandono do dever se não iniciar uma investigação contra o autor do documento ou denunciar sua existência.

Torres disse no Twitter que o documento pode ter sido encontrado em uma pilha com outros com a intenção de triturar, e que vazou de falsas narrativas contextualizadas com o objetivo de desacreditá-lo.

Dino disse a repórteres que ainda não foi estabelecida nenhuma ligação entre os motins da capital e Bolsonaro, que está na Flórida desde o final de dezembro.

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Um ex-governador do Distrito Federal e um ex-chefe da Polícia Militar também são alvos de uma investigação do Supremo Tribunal Federal divulgada nesta sexta-feira. Ambos foram afastados de seus cargos após os tumultos.