Maio 19, 2024

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Supremo Tribunal do Brasil aprovou o julgamento de Bolsonaro sobre os distúrbios

Supremo Tribunal do Brasil aprovou o julgamento de Bolsonaro sobre os distúrbios

RIO DE JANEIRO (AP) – O Supremo Tribunal do Brasil concordou em investigar se o ex-presidente Jair Bolsonaro inspirou uma multidão de extrema-direita que saqueou o Congresso, o Supremo Tribunal e os gabinetes presidenciais do país, uma rápida escalada na investigação. Ele enfrenta consequências legais por causa de um movimento extremista que ajudou a construir.

Citando um vídeo que o ex-presidente postou no Facebook dois dias após os distúrbios, o juiz Alexandre de Moraes atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República para incluir Bolsonaro em uma investigação mais ampla. Ele disse que Luiz Inácio Lula da Silva não foi eleito para o cargo, mas sim escolhido pelo Supremo Tribunal Federal e pela Comissão Eleitoral do Brasil.

Embora Bolsonaro tenha postado o vídeo após os tumultos e deletado pela manhã, os promotores argumentaram que seu conteúdo era suficiente para justificar uma investigação antecipada sobre sua conduta.

Fora isso, Bolsonaro evita comentar a eleição desde a derrota de 30 de outubro. Ele repetidamente lançou dúvidas sobre a confiabilidade do sistema de votação eletrônica antes das urnas e, posteriormente, apresentou uma moção para cancelar milhões de votos lançados nas máquinas e nunca concedidos.

Nenhuma das afirmações do ex-presidente foi comprovada, e os resultados das eleições foram reconhecidos como legítimos por vários políticos, incluindo alguns aliados de Bolsonaro e vários governos estrangeiros.

Ele deixou o Brasil no final de dezembro e vive em um subúrbio de Orlando depois de pular a posse de seu sucessor de esquerda em 1º de janeiro, e alguns legisladores democratas instaram o presidente Joe Biden a revogar seu visto.

Após a decisão do juiz na sexta-feira, o advogado de Bolsonaro, Frédéric Wasseb, disse em comunicado que o ex-presidente “rejeita veementemente atos de vandalismo e destruição” desde 8 de janeiro, mas acusou a oposição de “infiltrados” – seus apoiadores de extrema direita. Eles também disseram.

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A nota também diz que Bolsonaro “não tem relação ou participação com esses movimentos sociais espontâneos”.

As autoridades brasileiras estão investigando quem atacou apoiadores linha-dura de Bolsonaro em uma tentativa de anular os resultados das eleições de outubro. Os alvos incluem aqueles que trouxeram manifestantes para a capital ou pagaram para transportá-los, e o pessoal de segurança local que assistiu e apoiou os tumultos.

Grande parte da atenção até agora se concentrou no ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres, que assumiu a chefia de segurança do Distrito Federal em 2 de janeiro e estava nos Estados Unidos no dia dos distúrbios.

De Moraes ordenou nesta semana a prisão de Torres e abriu uma investigação sobre suas ações, que caracterizou como “negligentes e coniventes”. Em sua decisão, tornada pública na sexta-feira, de Moraes disse que Torres demitiu subordinados e fugiu do país antes dos distúrbios.

Um tribunal emitiu um mandado de prisão para o ex-chefe de segurança e ele deve retornar dentro de três dias ou o Brasil exigirá sua extradição, disse o ministro da Justiça, Flavio Dino, na sexta-feira.

Torres negou irregularidades e disse no Twitter em 10 de janeiro que interromperia as férias para voltar ao Brasil para apresentar sua defesa. Três dias depois, ainda não aconteceu.

O ministro apontou para um documento encontrado quando a polícia federal brasileira revistou a casa de Torres; Um projeto de decreto que poderia assumir o controle da autoridade eleitoral do Brasil e anular a eleição. A origem e a autenticidade do documento não assinado permanecem incertas, segundo analistas e a Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político, e não está claro se Bolsonaro ou seus subordinados tomaram medidas para implementar a medida inconstitucional.

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Mas o documento “será incluído na investigação policial porque revela de forma mais completa a existência de uma cadeia de responsáveis ​​pelos eventos criminosos”, disse Dino, acrescentando que Torres deve informar à polícia que foi criada.

Mario Sergio Lima, analista político da Medley Advisors, disse que Torres pode ser acusado de abandono do dever se não iniciar uma investigação contra o autor do documento ou denunciar sua existência.

Torres disse no Twitter que o documento pode ter sido encontrado em uma pilha com outros com a intenção de triturar, e que vazou de falsas narrativas contextualizadas com o objetivo de desacreditá-lo.

Dino disse a repórteres na manhã de sexta-feira que nenhuma ligação entre os distúrbios da capital e Bolsonaro havia sido estabelecida.

Na noite de sexta-feira, as contas populares de mídia social de várias figuras proeminentes de direita foram suspensas no Brasil em resposta a uma ordem judicial, que o jornalista Glenn Greenwald relatou ao vivo nas redes sociais.

A ordem, expedida pela juíza de Moraes, direcionou seis redes sociais e estabeleceu prazo de duas horas para bloqueio de contas ou multas. As contas pertencem a um influenciador digital, um YouTuber, um deputado federal recém-eleito, um apresentador de podcast nos moldes de Joe Rogan e um pastor evangélico e senador eleito.

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A redatora Bridi da AP relata de Brasília.