A América está perdendo sua influência na América Latina. O cenário global, político e econômico em mudança é um fator. À medida que a China domina cada vez mais os assuntos mundiais, ela busca cada vez mais expandir sua influência na América Latina por meio de investimentos econômicos e projetos de infraestrutura.
Isso deu aos países latino-americanos mais opções e poder de barganha em suas relações com os Estados Unidos. Outro fator é o histórico de envolvimento e intromissão dos Estados Unidos nos assuntos latino-americanos, que deixou um legado de desconfiança e ódio entre muitos países da região.
O surgimento de jogadores rivais como China e Rússia em seu quintal deixou muitos líderes americanos nervosos. Eles não pouparam nada para manter sua influência minguante. Mas a situação dos EUA deve piorar nos próximos dias.
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Recentemente, PetrobrasUma multinacional do governo brasileiro e o Ministério de Minas e Energia da Colômbia discutiram uma parceria na América do Sul.
No dia 9 de março, Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, reuniu-se com a ministra de Minas e Energia da Colômbia, Irene Vélez Torres, durante o CERAWeek, em Houston, Texas (EUA).
Jean-Paul Prates comentou os desafios de unir Brasil e Colômbia como países ricos em recursos renováveis e a responsabilidade de proteger a floresta amazônica, a maior floresta tropical do mundo que ocupa o território dos dois países.
O presidente da Petrobras destacou os planos ambientais da Petrobras para a conservação das florestas e reforçou a necessidade de unir os esforços do setor de energia e dos governos em prol da proteção ambiental. Ele citou as operações da Petrobras no Uruguai na Amazônia como bem-sucedidas em melhorar as operações e proteger o meio ambiente no setor de petróleo e gás.
Os dois executivos também discutiram oportunidades para desenvolver a produção de gás natural no bloco de Tairona, na Colômbia, área prioritária mantida pela Petrobras em parceria com a Ecopetrol.
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A descoberta aumenta as oportunidades para o desenvolvimento de uma nova fronteira de exploração e produção na Colômbia e abre caminho para novos esforços para explorar melhor as reservas de petróleo e gás na região.
O sonho americano está desmoronando
Agora, os Estados Unidos têm sido tradicionalmente um parceiro importante na região latino-americana, mas nos últimos anos sua influência vem diminuindo, especialmente com as consequências da Venezuela e do Brasil.
Diante disso, os EUA voltaram sua atenção para a Colômbia, há muito vista como um importante aliado na região. Os Estados Unidos estão trabalhando duro para atrair a Colômbia para manter sua presença na América Latina e combater a crescente influência da China e da Rússia na região.
O fortalecimento dos laços entre a Colômbia e o Brasil, um país que atualmente realinha sua estratégia com a Rússia, sem dúvida enfurecerá as autoridades americanas.
As relações entre o Brasil e os Estados Unidos se deterioraram em um grau sem precedentes. O presidente do Brasil, Lula da Silva, começou a se aproximar do campo russo um mês após o início de sua presidência. O embaixador do Brasil na Rússia, Rodrigo de Lima Pena Soares, anunciou que quer receber investimentos em seu setor de energia da gigante russa de gás Gazprom.
Além disso, o Brasil deu sinais de reconhecer o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em uma demonstração de forte oposição às ordens dos EUA. Em 24 de fevereiro, Manuel Waddell, nomeado embaixador da Venezuela no Brasil, apresentou suas credenciais a Maria Lara da Rocha, secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, os dois funcionários discutiram a restauração dos laços bilaterais e a reabertura das embaixadas.
Deve-se lembrar que o governo dos EUA pressionou outros países sul-americanos a apoiar as sanções dos EUA contra a Venezuela e declarar Maduro um líder ilegítimo. Como resultado, os Estados Unidos e o Brasil entraram em conflito sobre o desejo do Brasil de construir relações com a Venezuela.
Além disso, o Brasil permitiu que navios iranianos desembarcassem no porto do Rio de Janeiro, mesmo depois que os Estados Unidos o instaram a negar os direitos de atracação de navios iranianos, citando sanções exclusivas dos EUA contra Teerã, aumentando ainda mais as tensões bilaterais entre Washington e Brasília.
Sem dúvida, Washington está descontente com o estreitamento dos laços entre Brasil e Colômbia. Seguindo os passos do Brasil, Bogotá pode em breve começar a estabelecer laços com os principais adversários dos EUA, como Rússia e Irã. A Colômbia já começou a sinalizar que nem sempre pode ser controlada pelos Estados Unidos. A Colômbia e a Venezuela assinaram recentemente um acordo para retomar o comércio bilateral em uma cerimônia em uma ponte de fronteira, para grande desgosto dos Estados Unidos.
Deve-se notar que a Colômbia foi o último fio no qual os sonhos da América estavam pendurados. O fim da hegemonia dos Estados Unidos na América Latina pode muito bem ser soletrado se Bogotá começar a se distanciar de Washington. Sua crescente parceria com o Brasil é um sinal de que a Colômbia também tentará minar o domínio dos Estados Unidos na América Latina. Uma coisa é certa: a amizade do Brasil com a Colômbia levará Bogotá a reconsiderar seus objetivos de política externa.
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