Maio 3, 2024

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Buenos Aires Times |  Fome atinge o Brasil novamente em meio a votação separatista

Buenos Aires Times | Fome atinge o Brasil novamente em meio a votação separatista

Uma pequena casa de cimento está desmoronando no árido chert do BrasilumaNa região, Maria da Silva, uma mãe grisalha lutando para alimentar a família, abriu a geladeira vazia e chorou.

A viúva de 58 anos, cujo rosto moreno denuncia seus fardos, perdeu o principal restaurante de sua família quando seu irmão, que trabalhava em São Paulo, morreu de Covid-19 no ano passado.

Agora de cócoras em um barraco abandonado, ela e sua família de oito pessoas estão entre os 33,1 milhões de brasileiros que vivem com fome.

De acordo com a Rede Brasileira de Pesquisa em Segurança Alimentar, o número representa um aumento de 73% nos últimos dois anos – a maior economia da América Latina é alvo de uma feroz batalha política enquanto se aproxima das eleições de 2 de outubro.

Segurando uma lata de leite em pó quase vazia para os três netos que moram com ela, de três, dois e 15 meses, da Silva percorre sua casa em ruínas, que não tem banheiro nem água encanada.

“Há momentos [the children] Pedem comida, não tenho nem biscoito ou pão para dar”, diz ela, entre lágrimas, no pequeno terreno da fazenda da família em Pozo da Cruz, no estado de Pernambuco.

Ele diz que o aumento dos preços dos alimentos forçou a família a mendigar.

“Eu oro a Deus para acabar com meu sofrimento.”

O reaparecimento do Brasil no “mapa da fome” do Programa Mundial de Alimentos no ano passado, com 28,9 por cento da população, continua a atacar o ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Insegurança alimentar moderada ou grave.”

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É um grande revés para um país que foi varrido do mapa em 2014 após um boom econômico e grandes programas sociais durante o governo Lula (2003-2010) ajudaram a tirar 30 milhões de pessoas da pobreza.

Bolsonaro lançou um forte contra-ataque, acusando o ex-presidente de falir o Brasil com corrupção.

Apelando para os eleitores de baixa renda, o titular impulsionou e renomeou o programa de assistência social de Lula e está fazendo campanha amplamente no nordeste empobrecido, lar de um quarto dos 213 milhões de habitantes do Brasil.

Lucro ganho com muito esforço

Difundida por todo o interior nordestino, a Certumao, ou interior, é uma extensão semi-árida de cerrado marrom e verde-oliva.

Conhecida por suas secas cíclicas, é uma terra áspera, mas bela, que tem desempenhado um papel importante na literatura, música e cinema brasileiros.

Cada geração aqui se lembra de suas piores secas – 1960, 1993, 2010 – e da miséria que causou.

João Alfredo de Sousa, líder comunitário da cidade rural de Conceição dos Criollos, enfrentou todos eles.

“Tivemos que passar por muito suor e lágrimas”, disse de Sousa, 63 anos, que lidera a comunidade fundada por ex-escravos no século 18.

Apontando da varanda da frente para uma rua pavimentada repleta de casas limpas e ordenadas, de Sousa descreve o período de Lula no cargo como um divisor de águas de planos ambiciosos para promover habitação, eletricidade, água, bem-estar, educação e “fome zero”.

Mas o agricultor aposentado diz que tem sido “mais difícil” desde que o Covid-19 atingiu o Brasil, matando 680.000 pessoas e provocando uma explosão econômica seguida de inflação.

Ele diz que Bolsonaro conquistou o apoio de alguns nordestinos ao renomear o programa de assistência social de Lula como “Bolsa Família” para “Auxilio Brasil”.

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Bolsonaro recentemente triplicou o pagamento médio desde a época de Lula para 600 riais (US$ 115) por mês e agora se comprometeu a aumentar para 800 riais.

De Sousa não se impressionou com os gastos do ano eleitoral.

“Por que ele está fazendo isso agora? É uma pena”, diz ele.

Lula, que é pernambucano, “entende o Nordeste”, diz ele, onde lidera as pesquisas em todos os estados.

“Ele é um de nós.”

‘Brasil é África’

A meia hora de carro, em Reggio de Quemadas, povoado de casas de barro e pau ainda tradicionais, é difícil encontrar sinais de progresso.

Equipes de funcionários da Fundação Nacional de Saúde do governo federal vão de porta em porta em caminhões de quatro por quatro perguntando às pessoas se elas têm banheiros.

Nao muitos.

“Este lugar é a África do Brasil”, diz um funcionário, refletindo uma percepção generalizada da região entre os funcionários do governo no Brasil.

O objetivo expresso do esquema é criar instalações adequadas para os necessitados.

Edinia de Sousa, presidente do sindicato dos agricultores locais, está cética.

“Eles só vêm em época de eleições”, diz o produtor de milho e feijão de 40 anos.

“Ainda estamos esperando no banheiro do passado.”

De Sousa, cuja instituição de caridade Amigos no Sertão ajuda a organizar doações de alimentos para famílias carentes, espera que a vitória de Lula mude as coisas.

“Quando ele estava no cargo, os projetos eram executados”, diz.

Mas ele não acreditava muito em política.

“Mesmo os políticos não vêm aqui”, diz ele.

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Joshua Howett Berger, AFP