Agora ele tem sérias dúvidas sobre um possível futuro na Ucrânia.
“Ainda é muito difícil para mim falar sobre isso. Não posso esquecê-lo enquanto a guerra continuar”, disse Moraes, emocionado, na terça-feira, durante entrevista coletiva no campo de treinamento do Corinthians, em São Paulo. “Continuo ligado às pessoas de lá. Converso com as pessoas que ainda estão lá todos os dias, elas precisam de algum apoio para tirar suas famílias.
“Não consigo sorrir da maneira que gostaria. Acho que só vou fazer isso quando essa guerra acabar”, acrescentou.
A invasão russa do país adotivo de Moraes em fevereiro forçou ele e outros milhões a fugir. Ele deixou a Ucrânia em fevereiro. 27 com os restantes cinco membros de um grupo de 40 estrangeiros, a maioria brasileiros, que ajudou a organizar num hotel de Kiev transformado em bunker.
Todos eles escaparam da guerra, a maioria através das fronteiras da Romênia e da Moldávia.
A esposa e os dois filhos de Moraes estiveram no Brasil, onde ele passou grande parte do ano passado se recuperando de uma lesão no joelho que o afastou do último Campeonato Europeu.
O atacante teve suas melhores temporadas no Shakhtar, onde ingressou em 2018. O jogador nascido no Brasil conquistou dois campeonatos consecutivos, ambos como artilheiro da competição. Ele jogou 106 partidas pela equipe e marcou 62 gols.
O acordo de Moraes com o Corinthians só foi possível depois que a Fifa abriu uma janela de transferência curta para jogadores da Ucrânia para que eles pudessem continuar em outros lugares. A liga ucraniana está suspensa.
Um dos novos companheiros de equipe do atacante, o meio-campista Renato Augusto, também ficou com lágrimas nos olhos em entrevista coletiva na semana passada quando questionado sobre os lances de Moraes na Ucrânia.
“Esse é um homem top. Muitos amigos que estiveram com ele (na Ucrânia) me contam o quanto ele fez para ajudar os outros. Isso vai muito além do futebol”, disse Augusto, acrescentando que muitos estrangeiros que lutavam para deixar a Ucrânia não eram jogadores de times de primeira divisão cheios de dinheiro e conexões.
Moraes confirmou nesta terça-feira que tem ajudado jogadores da segunda divisão da Ucrânia, futebol feminino e futsal.
“Muitos deles foram para lá para encontrar um novo desafio, para ter uma chance de jogar mais”, disse o atacante. “O número de brasileiros radicados lá, por exemplo, triplicou no ano passado.”
O atacante, como muitos outros jogadores da seleção ucraniana do passado e do presente, fez doações ao governo do país em seus esforços de guerra. A mídia brasileira informou que Moraes doou pelo menos US$ 55.000.
Questionado sobre o que espera para seu futuro e para o da Ucrânia, Moraes disse: “A única esperança que os ucranianos têm é que essa guerra pare. Muitos foram embora para se manterem seguros. E outros estão sozinhos nos bunkers, apenas esperando que essa guerra acabe.”
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