Abril 25, 2024

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Grupos do Brasil pedem que UE proíba todas as importações ligadas ao desmatamento

Grupos do Brasil pedem que UE proíba todas as importações ligadas ao desmatamento

Carta de 34 grupos ambientalistas exige que a União Europeia aprove leis agressivas para combater o desmatamento em países exportadores como o Brasil, que abriga 60% da floresta amazônica.

O desmatamento aumentou no Brasil nos últimos anos, principalmente sob o presidente Jair Bolsonaro. (Arquivo AP)

Grupos ambientalistas brasileiros pediram à União Européia que aprove uma legislação agressiva que proíba todas as importações ligadas ao desmatamento, criticando as “lacunas” em um projeto de lei.

A carta das 34 organizações vem quando os ministros do Meio Ambiente da UE se preparam para se reunir na quinta-feira em Bruxelas sobre uma proposta para proibir produtos que alimentam o desmatamento, o que aumentaria os controles sobre as importações, incluindo carne bovina, soja, óleo de palma, cacau e café.

Os grupos disseram que o esboço da proposta é “necessário e positivo”, mas precisa de “melhorias” para realmente combater o desmatamento em países exportadores como o Brasil, que abriga 60% da floresta amazônica e é um dos principais exportadores de muitos desses produtos.

“O desmatamento e a conversão de ecossistemas naturais devem ser erradicados para que a humanidade tenha uma chance de estabilizar o aquecimento global”, disse a carta, assinada por grupos como o escritório do World Wildlife Fund (WWF) no Brasil, o Observatório do Clima e a The Nature Conservancy.

Eles disseram que o projeto de plano, apresentado em novembro, define “florestas” de forma muito restrita. Exclui a maioria de vários ecossistemas importantes no Brasil, incluindo o Pantanal, a savana do Cerrado e as planícies do Pampa, disseram eles.

Eles também instaram as autoridades da UE a adicionar mais produtos à lista controlada, como algodão, milho e carne enlatada, e garantir que as medidas de devida diligência se apliquem a fazendas inteiras, não apenas a parte delas.

“Em grandes fazendas, o proprietário pode manter uma área de produção livre de desmatamento para exportação para a Europa e outra área para desmatamento”, disseram.

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Direitos dos povos indígenas

Os grupos também pediram “garantias firmes” sobre os direitos humanos, principalmente para garantir que o agronegócio não esteja expulsando os povos indígenas de suas terras.

A UE está entre os primeiros a elaborar tal legislação desde que 141 países assinaram a chamada Declaração de Glasgow, uma promessa de “interromper e reverter” o desmatamento até 2030.

O Brasil estava entre os signatários do compromisso voluntário, lançado na cúpula do clima da ONU em novembro passado.

Mas o desmatamento aumentou no país nos últimos anos, principalmente sob o presidente Jair Bolsonaro.

Desde que o aliado de extrema direita do agronegócio assumiu o cargo em 2019, o desmatamento médio anual na Amazônia brasileira aumentou mais de 75% em relação à década anterior, para uma área maior que a Jamaica.

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Fonte: AFP

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