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Viagem de Lula à China para renovar os laços com o Brasil com abordagem pragmática

Viagem de Lula à China para renovar os laços com o Brasil com abordagem pragmática

BRASÍLIA, 23 Mar (Reuters) – O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva parte para a China neste fim de semana em uma viagem de cinco dias para renovar os laços com o maior mercado de exportação de seu país e buscar novos investimentos chineses no país latino-americano.

Lula se encontrará com Xi Jinping em Pequim no dia 28 de março, o primeiro líder estrangeiro a visitar o líder chinês desde seu terceiro mandato como presidente.

A visita à China ocorre menos de dois meses depois de Lula se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Casa Branca, com Brasília buscando uma política externa pragmática que equilibre as relações com seus principais parceiros comerciais.

“O Brasil deve manter uma posição flexível e pragmática nesse confronto entre China e Estados Unidos”, disse o senador Hamilton Mourau, que se reuniu com Xi em Pequim em 2019. Isso fez dele uma voz conciliatória proeminente na China. O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, cujas bases ideológicas alimentaram suas disputas diplomáticas com Pequim.

Lula viaja com uma grande comitiva que inclui mais de meia dúzia de ministros, além de governadores, legisladores e 240 líderes empresariais do setor agrícola brasileiro, que envia a maior parte de sua carne bovina, soja e celulose para a China. Lula também chegará a Xangai no final da semana.

O Brasil quer diversificar o comércio com a China além das exportações de minério de ferro, soja, petróleo e carne e está pronto para assinar acordos sobre tecnologia, inovação e desenvolvimento sustentável, disseram autoridades do Ministério das Relações Exteriores.

Em um sinal positivo inicial, a China retomou na quinta-feira as importações de carne bovina brasileira que haviam sido interrompidas por um mês após o surto de doença da vaca louca no Brasil.

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investimento chinês

Durante seus dois mandatos presidenciais, de 2003 a 2010, Lula aproximou o Brasil da China e viajou duas vezes a Pequim.

A visita ocorre após um período de relações difíceis sob Bolsonaro, que fez campanha para o cargo usando a retórica anti-China que continuou em seus primeiros anos no governo, quando seu filho legislador culpou a China pela pandemia do COVID-19.

Um alto funcionário do governo disse à Reuters que muitos, incluindo o ex-vice-presidente Mourau e membros do Ministério da Agricultura na época, estavam “tentando evitar o desastre” e tentando atrasar as coisas em uma batalha ideológica”.

As relações comerciais não foram afetadas pela tempestade diplomática, embora os investimentos chineses tenham parado e os executivos da China tenham sido impedidos de visitar o Brasil devido à pandemia. Os investidores chineses não são bem-vindos sob Bolsonaro, disseram especialistas em comércio.

Marcos Caramuru, ex-embaixador do Brasil em Pequim, disse à Reuters que seu país inicialmente se beneficiou da guerra comercial dos EUA com a China sob o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, mas lamentou que o investimento chinês no Brasil tenha perdido força ao longo dos anos.

Até 2021, o investimento de empresas chinesas no Brasil se recuperou aos níveis de 2017, de acordo com o China-Brazil Business Council, prevendo um crescimento constante nos próximos anos.

Pequim manteve relações abertas com o Brasil independentemente da cor política do governo no poder, mas a China prefere investir quando as autoridades locais são mais amigáveis, disse Karamuru.

Em 2009, a China ultrapassou os Estados Unidos como principal parceiro comercial do Brasil e o Brasil é hoje o maior receptor de investimentos chineses na América Latina.

Durante a presidência de Bolsonaro, muitas empresas chinesas suspenderam projetos com o governo federal e, em vez disso, buscaram negócios com governos estaduais, principalmente no nordeste menos rico, onde o Partido dos Trabalhadores de Lula é forte.

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Novos projetos chineses incluem a maior ponte da América Latina em Salvador, Bahia e, mais recentemente, planos para construir veículos elétricos em um antigo complexo industrial da Ford lá, e para minerar lítio nas proximidades e produzir baterias para exportação.

Reportagem de Anthony Bodle e Lisandra Paraguasu Edição de Brad Haynes e Aurora Ellis

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