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Refugiados afegãos acampam no aeroporto do Brasil em busca de nova vida

Refugiados afegãos acampam no aeroporto do Brasil em busca de nova vida

SÃO PAULO, 14 de outubro (Reuters) – Cobertores e carrinhos de bagagem se tornaram lares temporários para mais de uma centena de imigrantes afegãos no aeroporto internacional de São Paulo.

O Brasil aprovou cerca de 6.000 vistos humanitários para refugiados afegãos desde o final do ano passado. Mas autoridades locais próximas ao aeroporto de Cuarulhos, em São Paulo, disseram que não tinham ideia de que dezenas de afegãos chegariam todos os dias neste mês.

Com uma média de quatro voos diretos diários do Oriente Médio e do Sul da Ásia, seus números provavelmente continuarão a crescer nas próximas semanas. As companhias aéreas estão adicionando mais voos para a região à medida que as viagens para o Catar aumentam para a Copa do Mundo em novembro.

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A agência de refugiados do aeroporto estima que cerca de 130 afegãos estejam acampados no Terminal 2 do aeroporto porque os esforços para abrigá-los não acompanharam o fluxo de recém-chegados.

Os refugiados disseram à Reuters que chegaram sem a promessa de um lugar para ficar e que o governo local agora está lutando para encontrar lugares para eles fora do aeroporto.

Promotores federais pressionaram o governo federal nesta semana para obter detalhes sobre o que está fazendo para lidar com a situação, de acordo com uma carta vista pela Reuters.

Mulheres afegãs conversam ao lado de barracas improvisadas feitas de cobertores enquanto acampam no Aeroporto Internacional de São Paulo em busca de refúgio em Guarulhos, Brasil, em 12 de outubro de 2022. REUTERS/Amanda Perobelli

O Ministério da Justiça do Brasil, que lida com questões de imigração, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Famílias e homens solteiros no aeroporto disseram que não tinham escolha a não ser suportar a caótica jornada de um ano ao Brasil para escapar do regime talibã, que perseguia qualquer pessoa com vínculos com o governo anterior, apoiado pelo Ocidente.

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“Todas essas pessoas que você vê aqui estão em perigo no Afeganistão”, disse Mohamed Ariobi, ativista de direitos humanos e engenheiro civil que chegou ao Brasil na terça-feira depois de fugir do Afeganistão por ter “princípios seculares”.

“A razão (de estar aqui) é salvar suas vidas, salvar suas famílias”, acrescentou. “Minhas expectativas não são tão altas assim… Eu só quero um lugar para morar e encontrar um pequeno emprego, melhorar minha vida.”

O governo do estado de São Paulo está trabalhando com as autoridades municipais e a sociedade civil para atender às necessidades básicas dos refugiados que chegam.

“Podemos dar-lhes três refeições, um cobertor, uma vacina”, disse Swani Zenopini, integrante do grupo “Frente Afegã” que se mobilizou para receber e abrigar os refugiados. “Hoje estamos garantindo isso porque a sociedade civil está nos pressionando.”

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Reportagem de Fernando Cardoso; Escrito por Steven Gratton; Edição por Brad Haynes e Richard Chang

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