Maio 7, 2024

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Parlamentares brasileiros votam para definir reservas indígenas

O texto, aprovado pela Câmara dos Deputados por 283 votos a 155, estabelece que as reservas só podem existir em terras ocupadas por tribos na época da promulgação da atual constituição, em 1988.

O projeto, que ainda não foi ao Senado, foi promovido por representantes simpatizantes do setor agrícola e outros grupos de oposição e representa um retrocesso nas metas ambientais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo cientistas, as terras indígenas formam importantes zonas de amortecimento contra o desmatamento na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo.

Horas antes da votação, cerca de 100 membros da tribo bloquearam temporariamente uma rodovia nos arredores da maior cidade do Brasil, São Paulo, antes que a polícia disparasse gás lacrimogêneo para dispersá-los, informou a televisão local.

As comunidades indígenas brasileiras rejeitam a premissa do projeto de lei, argumentando que têm direitos sobre seus territórios originais, independentemente do status de sua ocupação em 1988.

Os críticos dizem que muitos indígenas não ocuparam algumas áreas naquele ano porque foram expulsos durante a ditadura militar anterior, encerrada em 1985.

‘Guerra contra os tribais’

O Brasil tem um total de 764 territórios indígenas, mas um terço deles ainda está indefinido, segundo estatísticas da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Em abril, Lula reconheceu seis novos territórios, o primeiro em cinco anos desde que os direitos indígenas foram paralisados ​​pelo ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.

A votação gerou protestos na Câmara dos Deputados do Brasil, incluindo Manas, a maior cidade da região amazônica. Também atraiu a atenção de ONGs e ativistas internacionais, incluindo os atores americanos Leonardo DiCaprio e Mark Ruffalo.

Ruffalo twittou antes do debate que o governo do Brasil estava “sendo atacado pelo agronegócio”. “Há uma guerra contra os povos indígenas e as florestas. Nosso planeta está em risco.”

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A ministra dos Povos Indígenas do Brasil, Sonia Guajara, disse na terça-feira que o projeto de lei era “genocídio contra os povos indígenas, mas também um ataque ao meio ambiente”.

Ele também disse que continuará na luta quando o projeto chegar ao Senado.