Maio 3, 2024

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O próximo grande queijo pode não vir da Europa

O próximo grande queijo pode não vir da Europa

Os salgadinhos de queijo do Brasil são mundialmente famosos do Pão de Quejo (pão de queijo) quer Carvão Torrado espetos, mas o país sul-americano nunca foi conhecido por suas proezas na fabricação de queijos. Agora, isso está mudando. com estilos tradicionais como Canastra e Cerro Ganhar medalhas em concursos internacionais e figurar nos menus de restaurantes com estrelas Michelin Paz no Rio de Janeiro e Amendoim São Paulo, Brasil, está no meio de uma revolução do queijo artesanal em grande escala.

Embora a fabricação de queijos no Brasil tenha centenas de anos, foi somente em 2015 que o produtor Guilherme Ferreira conquistou a medalha de prata. O mundo do queijo e dos laticínios Em um torneio em Tours, na França, o queijo do país foi reconhecido no cenário internacional. Depois disso, o Brasil conquistou 57 medalhas no festival do ano passado, perdendo apenas para a França.

Cortesia de Capril do Bosque

A queijeira Heloisa Collins Capril do Bosque Ele ganhou uma medalha no ano passado. Ela é uma ávida produtora desde 1975, depois que ela e seu marido se estabeleceram em uma fazenda em Jonopolis, Brasil. Nas primeiras duas décadas, a fabricação de queijos era apenas um hobby para Collins, e seu trabalho diário era a pesquisa linguística. Em viagens de negócios à Europa, ele se afeiçoou a queijos estrangeiros como Valance e Stilton, e pegou livros de receitas para recriar esses estilos em casa. Nos fins de semana, amigos vinham provar suas criações. “Esse processo nos permitiu desenvolver um portfólio de diferentes queijos por um longo período de tempo, com muita experimentação e sem pressa”, diz. Eventualmente, Collins comprou uma ovelha. O primeiro queijo de cabra azul do Brasil, parcialmente inspirado no inglês Stilton, ganhou medalha de prata na competição do ano passado.

Hoje, a Collins produz mais de 15 queijos inspirados em diferentes locais e tradições, mas todos compartilham um “toque tropical”. Seu Cacauzinho é um chèvre maturado com pó de cacau puro e cumaru do estado do Pará, enquanto seu Serra do Lobo é um queijo de cabra-búfalo semi-curado que a cerveja brasileira usa para lavar. “Em dez anos, [Brazilian cheese will] Ocupe um lugar de honra no mundo do queijo artesanal”, diz ele. “Nosso leite contém bactérias diversas e saudáveis, bem como fungos ainda não descritos.”

queijo brasil

Cortesia de Capril do Bosque

Collins é um dos mais de 100 produtores que oferecerão seus produtos na próxima temporada Copa do Mundo do Queijo Brasil, a segunda edição do Trailblazer International Competition, está programada para acontecer em São Paulo de 15 a 18 de setembro. O evento de fim de semana atrai cerca de 50.000 participantes amantes de queijo e apresenta duas competições de primeira classe (Melhor Queijoeiro Brasileiro e Melhor Queijoeiro Brasileiro) julgadas pelo Guilde Internationale des Fromagers. Como parte das festividades, 40 restaurantes, bares e cafés participantes da cidade terão queijos concorrentes em seus cardápios. “É uma oportunidade de mostrar ao mundo o que está acontecendo no Brasil”, diz Deborah de Carvalho, fundadora da competição.

O que torna os queijos artesanais brasileiros tão dignos de celebração? Para Carvalho, é a paisagem única do país – sol intenso, gramíneas nativas doces e ventos salgados soprando do Atlântico Sul. E claro, vacas. De Carvalho explica que o Brasil começou a importar gado como Gir e Zebu da Índia há um século. Os animais são resistentes a altas temperaturas e doenças tropicais, o que significa que estão bem adaptados às condições do Brasil. Seu leite é naturalmente muito salgado e rico em beta-caseína A2, dando ao leite uma proporção de proteína ligeiramente diferente do que os rebanhos leiteiros A1 nos EUA. O que eles estão acostumados”, acrescenta. “Algumas pessoas não sabem como descrevê-lo. Outros dizem que tem gosto de ervas.

O sabor único e as ricas tradições culturais que cercam a produção de queijo levaram o governo brasileiro a conceder o status de Indicação Geográfica a muitos queijos artesanais. Embora essa prática seja mais comum na Europa (com produtos restritos como Champagne e Parmigiano Reggiano), é uma prática relativamente nova no Brasil, começando com a conservação do Quejo do Cerro em 2011. Desde então, alguns queijos ganharam a designação: no ano passado, o Marajó O queijo de búfala do Marajó, uma ilha amazônica no Pará, foi considerado digno de proteção.

Por mais importantes que sejam esses nomes, os queijeiros no Brasil geralmente ficam frustrados com a falta de apoio do governo quando se trata de distribuição e vendas. A maioria dos queijos artesanais tradicionais do Brasil, especialmente os das regiões de Minas Gerais e Bahia, são feitos de leite cru. Assim como os Estados Unidos, o Brasil proíbe a comercialização de queijos feitos com leite cru até que estejam maturados por mais de 60 dias – medida que é usada para mitigar a poluição e reduzir doenças humanas. Mas nenhum desses queijos artesanais, produzidos por famílias rurais há centenas de anos, atende a esse critério. Por exemplo, o período mínimo de maturação da canastra Apenas 22 dias, resultando em um queijo compacto semi-duro ou ligeiramente macio. O soro geralmente é deixado para amadurecer 3 a 15 dias. Isso significa que poucos queijeiros no Brasil podem vender fora de seu estado de produção, e a exportação do produto atualmente é ilegal. Produtores que participam de competições internacionais como o Mondial du Fromage precisam transportar suas malas com eficiência. “A polícia confisca queijo toda semana no Brasil”, diz De Carvalho, que continuou fazendo queijo até o dia em que as autoridades chegaram e apreenderam seus produtos.

queijo brasil

Cortesia de Be Do Moro

Apesar de Carvalho estimar que existam 900 regulamentações sobre a venda e distribuição de queijo no Brasil, ele ainda está otimista em relação ao futuro. “Há muito progresso porque a maioria dos consumidores gosta desses queijos.”

Queijo Erico Cogya Sopé do Monte, uma fazenda e vinícola a cerca de 80 quilômetros a noroeste de São Paulo, é igualmente promissora. “Descobrimos ou estamos redescobrindo esses queijos no Brasil”, diz. “As pessoas estão se interessando pelos produtos locais e começando a valorizar as coisas que são feitas aqui, então a lei vai começar a mudar também.” Embora tecnicamente ele só tenha permissão para vender seus produtos dentro de sua área local, as restrições não impedem dezenas de pessoas de exibir sua propriedade todo fim de semana carregando cestas de piquenique cheias de charcutaria, geleias locais e brasileiros. Queijos. O quark cremoso e ácido, com consistência de iogurte coado e luau, são os preferidos do público. O queijo, inspirado na receita do Camembert da Alemanha, é maturado em grelhas para desenvolver um revestimento de mofo branco.

queijo brasil

Cortesia de A Queijaria

No cenário gastronômico brasileiro de hoje, os queijos artesanais produzidos localmente estão se tornando cada vez mais comuns. Ponto de interesse de São Paulo casa do porco– Reconhecido há dois anos como um dos 50 melhores restaurantes do mundo – Os queijos do Pé do Morro são coadjuvantes em suculentos pratos de carne de porco preparados de várias maneiras. Produtos de muitos outros produtores brasileiros fazem parte do cardápio do Chef Rodrigo Oliveira Geleia de pé de vitela restaurante em São Paulo, que inclui rabada com queijo colho frito, melado e fubá com queijo feito com canastra. Um menu de degustação em um restaurante com estrela Michelin Paz Quatro queijos brasileiros harmonizados com mel local no Rio de Janeiro. Claro, a primeira loja de artesanato do Brasil, QueijariaInaugurada em 2008 e com mais de 150 queijos artesanais provenientes de todos os cantos do Brasil, a Vila Maddalena de São Paulo ainda atrai conhecedores.

Ainda não se sabe ao certo quando esses queijos estarão disponíveis no exterior. Mas uma coisa é certa: o segredo sobre o queijo brasileiro foi revelado – e é apenas uma questão de tempo até que o mundo inteiro exija um sabor.

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