Maio 4, 2024

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Eletropras sob novo governo brasileiro reduz risco de renacionalização

Eletropras sob novo governo brasileiro reduz risco de renacionalização

A Eletrobras descartou a possibilidade de uma recente privatização do grupo brasileiro avaliado em US$ 19 bilhões pela futura administração do esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva.

O controle governamental da maior potência da América Latina terminou este ano com uma venda de participação de R$ 33,7 bilhões (US$ 6,3 bilhões), cumprindo uma importante promessa de reforma do governo de direita de Jair Bolsonaro.

contrato em junho Propriedade reduzida de Brasília Ela possui menos de 50% da Eletrobras e está entre as três principais bolsas de valores públicas do mundo em 2022, de acordo com o provedor de dados Dealogic.

O presidente eleito Lula expressou forte oposição à venda, levantando preocupações de que o processo possa ser revisto, como querem alguns de seus aliados e assessores.

No entanto, o presidente-executivo da Eletropras, Wilson Ferreira Jr., disse ao Financial Times que não vê risco de renacionalização, graças às salvaguardas legais destinadas a impedir aquisições hostis da empresa sediada no Rio de Janeiro.

Isso inclui uma cláusula de ‘pílula de veneno’ em suas leis corporativas que forçaria o governo – ou qualquer outro acionista que busque o controle de um grupo listado publicamente – a pagar um prêmio de 200%.

“Para renacionalizar [Eletrobras] Custa três vezes o seu valor. Acredito que isso seja um gatilho. Nem mesmo metade desse fundo”, disse ele em entrevista. “Será um empreendimento de capital privado.”

Outra salvaguarda impede que qualquer investidor exerça mais de 10% dos direitos de voto, independentemente do tamanho da participação.

As Centrais Elétricas Brasileiras, como a concessionária é formalmente conhecida, são responsáveis ​​por 30% da geração de eletricidade do Brasil, grande parte proveniente de hidrelétricas. Também opera ativos eólicos e solares, usinas termelétricas e linhas de transmissão.

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Ações da Eletrobras tiveram quedas mais acentuadas do que o índice Bovespa local nas semanas seguintes A estreita vitória eleitoral de Lula Sobre Bolsonaro em outubro. Suas ações ordinárias listadas em São Paulo estão sendo negociadas ligeiramente acima do nível de R$ 42 acordado quando o governo reduziu sua participação.

Os investidores estão preocupados com a direção da política econômica de Lula, que cumpriu dois mandatos como presidente do Brasil entre 2003 e 2010.

O veterano esquerdista de 77 anos quer acabar com a regra fiscal que limita o aumento dos gastos públicos, aumentar os pagamentos da previdência e tornar o governo mais envolvido.

Embora Lula não tenha ameaçado abertamente trazer a Eletropras de volta ao setor público, sua promessa de não mais privatizações e duras críticas ao desinvestimento alimentaram especulações de que isso está sendo considerado.

Na ocasião, Lula se referiu à nacionalização da Eletropras como um “crime contra a pátria” que resultou na perda da soberania energética do Brasil.

“Se ganharmos a eleição. . . Vamos restaurar a soberania do Brasil e do povo brasileiro”, tuitou em junho.

Uma pessoa próxima à equipe de transição de Lula, que não quis se identificar, disse que ainda não há uma posição firme sobre a empresa.

“Deve passar por uma análise de viabilidade econômica, legal e política”, acrescentaram. “Será uma decisão do presidente com base nos estudos que precisam ser feitos.”

A Eletrobras e o mercado de ações brasileiro em geral caíram em meados de dezembro, depois que o congresso do país votou a favor de uma emenda legislativa, que agora segue para o Senado, para facilitar as nomeações políticas em empresas estatais.

Embora não mais nesse sentido, segundo alguns analistas, a Eletrobras como empresa regulada está sujeita à influência do governo de outras formas que não a renacionalização, como mudanças nas regras do setor ou tributação.

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“Um governo potencialmente intervencionista que usa a economia e as instituições para a política está precificado”, disse Davy Lelis, economista da Valor Investimentos.

Os defensores da privatização argumentam que atrairá mais capital para investimentos e reduzirá as contas de eletricidade, mas os oponentes dizem que resultará em contas mais altas para os consumidores.

O novo presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou a nacionalização da Eletrobras de ‘crime contra a pátria’ © AP

Ferreira disse que em mãos privadas, a Eletrobras está livre para lançar um programa de recuperação para melhorar a eficiência e reduzir despesas gerais. O plano de demissão voluntária já foi aceito por 2.500 funcionários, ou quase um quarto da força de trabalho.

“Como a maior empresa de geração do Brasil, queremos usar essa escala para operar com mais eficiência e custos mais baixos”, disse Ferreira, que voltou recentemente após atuar como presidente-executivo de 2016 a 2021.

“Somos a empresa com o maior retorno total ao acionista do setor.”

Como principal geradora de eletricidade renovável da América Latina, a Eletropras pode ser uma força no chamado hidrogênio ‘verde’, disse Ferreira.

O gás é considerado o combustível do futuro porque sua combustão resulta apenas em água como subproduto. Em unidades de eletrólise movidas a energia limpa, ela pode ser produzida usando eletricidade para dividir a água em H2 e oxigênio.

“Muitas das nossas operações estão na costa brasileira, o que nos permitirá ser um grande produtor de hidrogênio. Acho que a Eletropras será uma das maiores empresas dessa região, tanto para o mercado interno quanto para exportação.”

A Eletropras também está explorando a energia eólica offshore, que ainda não foi desenvolvida no Brasil. Ela assinou um acordo de parceria com a supermajor petrolífera Shell em dezembro sobre possíveis investimentos conjuntos.

Antonio Junguera, analista do Citi, disse que a escassez de energia no Brasil é um problema para a empresa, especialmente porque projetos renováveis ​​são esperados antes que os incentivos de subsídios do governo expirem.

“No dia-a-dia, a variável com a qual todos se preocupam são os preços da energia. O Brasil tem um excesso de oferta estrutural. Como navegamos nesse excesso de capacidade?”

Assim que a reestruturação corporativa estiver concluída, os investidores vão querer saber se a administração deseja aumentar os pagamentos aos acionistas ou obter mais dinheiro de volta com os investimentos, acrescentou Junquera.

“Existe um sentimento entre os investidores de que a empresa se tornará uma vaca leiteira – uma grande geradora de dividendos”.

A Eletrobras registrou um pequeno prejuízo líquido no terceiro trimestre, ante um lucro de R$ 965 milhões no ano anterior. Isso foi afetado principalmente pela queda nas receitas cambiais corrigidas pelos índices de inflação.

Reportagem adicional de Carolina Ingisa