Maio 5, 2024

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Brasil enfrenta crise econômica enquanto Lula se prepara para assumir o cargo

Brasil enfrenta crise econômica enquanto Lula se prepara para assumir o cargo

Luiz Inácio Lula da Silva conquistou a presidência do Brasil, prometendo aos eleitores que os bons tempos do “bife com cerveja” voltariam ao maior país da América Latina.

Mas enquanto o líder esquerdista se prepara para assumir o cargo em 1º de janeiro, ele enfrenta uma perspectiva econômica sombria. As previsões de crescimento para 2023 foram revisadas para baixo devido a preocupações sobre o impacto de taxas de juros mais altas, incerteza financeira e a recessão global mais ampla.

“Quando você junta todos esses elementos, tanto externos quanto internos, vemos um forte declínio da economia brasileira no próximo ano”, disse Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consulting.

Lula Durante seu mandato de 2003 a 2010, ele presidiu um período de forte crescimento, com um boom nas exportações de commodities, expandindo a produção em 4% a 5% ao ano. Os salários subiram, a classe média se expandiu e milhões de brasileiros saíram da pobreza.

Mas o novo presidente agora enfrenta um ambiente completamente diferente. O setor do agronegócio continua forte e o desemprego caiu para cerca de 9% – o menor em sete anos – economia Os aumentos contínuos das taxas de juros precisam ser digeridos para controlar a inflação. A taxa sobe para os atuais 13,75% de crescimento por meio do controle do consumo dos consumidores e dos investimentos das empresas.

“Há sinais claros de que o crédito está ficando escasso e caro”, disse Marcelo Fonseca, economista-chefe da gestora de ativos Opportunity. “Espere taxas de juros muito altas para reduzir o consumo muito rapidamente.”

A economia é prejudicada por profundas ineficiências estruturais, baixos salários e uma tendência de longo prazo para a industrialização.

No mês passado, o governo cortou sua previsão oficial de crescimento para 2023 de 2,5% para 2,1%. Economistas independentes, no entanto, ainda estão pessimistas, com uma pesquisa de consenso apontando para um crescimento de apenas 0,8 por cento.

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“Existe um ambiente de recessão global, que está nos afetando. Mas os juros altos e o cansaço da recuperação dos serviços pós-pandemia ajudaram muito a economia neste ano”, disse Ribeiro.

Ele previu que o desemprego cairia nos próximos 12 meses, mas em um ritmo mais lento do que este ano, terminando em 8,2% em 2023.

Uma preocupação fundamental para Fonseca e outros economistas é como o governo Lula aborda a política fiscal. Em campanha, o ex-sindicalista prometeu aumentar os gastos com programas de assistência social, dizendo aos eleitores que “os pobres fazem parte do orçamento e a roda da economia vai girar”.

Congresso do Brasil este mês Aprovou a emenda constitucional Ao evitar a regra do teto de gastos do país, permite que o novo governo mantenha o principal programa de bem-estar social, o Bolsa Família, em R$ 600 (US$ 116) por mês.

A medida alimentou preocupações de que o novo governo possa abandonar seu compromisso com a responsabilidade fiscal.

Economistas temem que os investidores sejam forçados a deixar o Brasil se a relação dívida/PIB do país – agora quase 80 por cento – começar a subir no próximo ano, enfraquecendo ainda mais a taxa de câmbio e alimentando a inflação. Isso forçaria o banco central a manter as taxas altas por mais tempo, restringindo ainda mais o crescimento.

“As perspectivas para o próximo ano são bastante modestas”, disse Fonseca. “E com uma política fiscal mais frouxa, não vejo uma recuperação forte nos próximos anos.”

Gabriel Leal de Barros, sócio da Rio Asset Management, disse que uma política fiscal frouxa resultante do aumento dos gastos do governo pode criar múltiplos efeitos indiretos e afetar a tão esperada e necessária reforma tributária.

“Ou temos que aumentar alguns impostos ou arranjar algum dinheiro para pagar os gastos. Não temos espaço nem tempo para focar na eficiência e nas questões estruturais da tributação no Brasil”, disse.

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“Mesmo a agenda verde, uma das melhores oportunidades que temos, depende da solvência fiscal e das orientações sobre a relação dívida/PIB.”

Apesar dos desafios que Lula enfrenta, os economistas também dizem que há motivos para otimismo. O agronegócio, que responde por quase 30% do PIB, deve permanecer sólido no próximo ano.

A demanda por concessões de infraestrutura como estradas e aeroportos desenvolvidos durante o governo de Jair Bolsonaro está entre os investidores estrangeiros. “[This] Segundo Fonseka, os investimentos podem ser mantidos por um tempo.

Ribeiro, da Tendências, disse esperar que o Brasil também receba um impulso se Lula conseguir melhorar os laços diplomáticos com os principais parceiros comerciais e finalmente ratificar o adiado acordo comercial UE-Mercosul.

“Melhorar nossas relações internacionais com a possibilidade de reativar o acordo UE-Mercosul vai melhorar muito as expectativas não só no curto prazo, mas também no médio prazo, quando esperamos mais investimentos.”

Reportagem adicional de Carolina Ingiza em São Paulo