Maio 5, 2024

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Brasil aprova a tão esperada reforma tributária

Brasil aprova a tão esperada reforma tributária

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Os legisladores no Brasil votaram pela reforma do sistema tributário bizantino do país, frequentemente citado como uma barreira para fazer negócios na maior economia da América Latina.

Após anos de planejamento e atrasos, a Câmara dos Deputados do Congresso apoiou na sexta-feira uma emenda constitucional histórica que aliviaria os impostos sobre bens e serviços.

As multinacionais há muito que se queixam de que as complexas regras fiscais do Brasil são dispendiosas de cumprir, de incerteza jurídica e de barreiras ao investimento.

A lei substituirá cinco impostos separados sobre o consumo por um sistema duplo de IVA – um cobrado pelas autoridades federais e outro a nível regional. Será construído ao longo de oito anos, começando em 2026. Partes centrais da proposta foram elaboradas durante o anterior governo de direita de Jair Bolsonaro.

A aprovação da reforma recebeu amplo apoio.

“Com esta reforma teremos um sistema tributário moderno. Este é um grande passo para o Brasil”, disse Guilherme Mello, secretário de política econômica do Ministério da Fazenda, ao Financial Times.

“É preciso ter pelo menos um sistema tributário competitivo para conseguir mais investimentos.”

Os defensores da reforma dizem que ela impulsionará o crescimento económico, acrescentando 2,39 por cento ao PIB nos próximos oito anos, de acordo com o think tank governamental Applied Economic Research.

As tentativas de uma reforma abrangente escaparam aos governos durante décadas, pelo que a sua aprovação representa uma vitória política para o Presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva e para o Ministro das Finanças Fernando Haddad.

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No entanto, na sequência do lobby dos grupos de interesse, houve críticas às numerosas excepções às novas regras. Os serviços de saúde e alimentos básicos como arroz e feijão foram totalmente isentos. Foram concedidas isenções parciais para transportes públicos e produtos agrícolas e pecuários.

“O sistema precisa ser simplificado para que esses recursos possam ser utilizados para melhorar a produtividade da empresa e tornar os investimentos mais atrativos”, afirma Ariana Zerbinatti, sócia da consultoria Buyside Brasil. “Do lado negativo, [there has been] Um grande número de exceções. . . Isso faz parte do jogo político.

Outra preocupação é saber qual será a taxa padrão do IVA que o Congresso definirá. Haddad disse que o número de isenções poderia aumentar esse número para 27,5 por cento, o que os oponentes dizem que seria um dos impostos mais elevados sobre o consumo do mundo.

Funcionários do Ministério das Finanças argumentam que este valor representa menos de 34,4 por cento do total cobrado actualmente sobre o consumo devido a numerosos impostos sobrepostos.

A reforma acabará com a prática de tributação no ponto de produção e, em vez disso, mudará para um modelo com impostos cobrados no ponto de consumo. Todo esse processo levará 50 anos para ser concluído.

A lei também procura remover elementos amplamente considerados regressivos. Certos itens de luxo que estavam isentos do imposto sobre veículos, como jet skis, lanchas e iates, passarão a ser tributados.

Embora a administração Lula insista que o pacote não se destina a aumentar a carga fiscal global, está a prosseguir separadamente medidas para aumentar a arrecadação de receitas, num esforço para equilibrar as contas públicas. Estas incluem apostas desportivas digitais e a imposição de impostos sobre activos detidos por cidadãos ricos em paraísos fiscais.

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“O Brasil tem baixa receita de imposto de renda e alta receita de imposto de consumo”, disse Mello. “Estamos estudando a possibilidade de torná-la mais equilibrada. A ideia não é aumentar a carga tributária, mas sim ter uma distribuição diferenciada.

Reportagem adicional de Beatrice Langella