Por Gabriel Araújo
SÃO PAULO (Reuters) – A participação da LATAM Airlines no mercado doméstico do Brasil atingiu o maior nível em 11 anos em março, mostraram dados da agência reguladora local de aviação ANAC nesta segunda-feira, enquanto a rival Cole continuou a tropeçar após pedir concordata.
A unidade brasileira da LATAM com sede no Chile teve uma participação de mercado de 41% no mês definido pela receita de passageiros-quilômetro (RPK), segundo dados da ANAC, a maior desde os 41,6% alcançados em julho de 2013, informou a empresa.
A LATAM lidera o segmento doméstico na maior economia da América Latina desde 2021, ultrapassando a Gol, que viu sua participação de mercado diminuir desde que entrou em processo de falência em janeiro.
A outrora líder operadora do Brasil tinha 29% do mercado doméstico em março, com seu RPK caindo 13,4% ano a ano, perdendo o segundo lugar para a Azul, que atingiu 29,5% depois que o tráfego cresceu 6,7% ano a ano.
Lutando com a pesada dívida e atrasos nas entregas da fabricante de aviões Boeing, Kohl entrou com pedido de proteção contra falência, Capítulo 11, nos EUA no início deste ano para reestruturar sua dívida.
A LATAM saiu de um processo de falência relacionado à pandemia com um plano de reestruturação de US$ 8 bilhões no final de 2022 e desde então retomou o crescimento, enquanto a Azul teve que concluir uma reestruturação de dívida mais ampla no ano passado.
“Até 2024, a LATAM espera mais voos em suas operações domésticas no Brasil e um novo crescimento de 7% a 9%”, afirmou a transportadora em comunicado. “Na prática, serão acrescentados mais de 3 milhões de assentos empresariais no país este ano”.
O tráfego da LATAM medido pelo RPK cresceu 11% em março em relação ao ano anterior.
No final do ano passado, a LATAM respondia por 37,8% do mercado interno brasileiro, enquanto a Cole e a Azul respondiam por 33,3% e 28,4%, respectivamente.
A Azul elevou recentemente sua estimativa de receita básica para 2024, dizendo que a demanda continua saudável e espera adicionar mais rotas este ano. A demanda agregada por viagens aéreas aumentou 1,4% em março em relação ao ano anterior, segundo a ANAC.
(Reportagem de Gabriel Araujo; edição de Alison Williams)
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