SÃO PAULO (Reuters) – A produção de alimentos no Brasil, maior exportador mundial de carne bovina e soja, será responsável por 74% das emissões de gases de efeito estufa do país em 2021, de acordo com um estudo divulgado nesta terça-feira pelo grupo ambientalista Climate Watch.
A maior parte das emissões não vem diretamente da produção de alimentos, mas o desmatamento para converter plantas nativas em fazendas e pastagens é a principal fonte de carbono liberado na atmosfera pelo Brasil, descobriu a equipe.
“Este relatório deve ser lido como um alerta dos representantes do agronegócio e do governo”, disse Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima. “Isso prova, sem dúvida, que o agronegócio determinará se o Brasil é um herói ou vilão climático.”
Dos 1,8 bilhão de toneladas de gases de efeito estufa liberados pela produção de alimentos no Brasil em 2021, quase 78% estão relacionados à produção de carne bovina, incluindo o desmatamento para a pecuária e a poluição causada por frigoríficos, concluiu o estudo.
Apique, um grupo de lobby dos maiores produtores de carne bovina do Brasil, não fez comentários imediatos.
Os cálculos do Observatório do Clima têm em conta a desflorestação e as alterações na utilização dos solos, as emissões de metano provenientes do estrume de vaca, bem como a utilização de energia e os resíduos provenientes de processos agrícolas e industriais.
Sendo o primeiro estudo deste tipo, o Observatório do Clima não forneceu estatísticas históricas para comparação.
Se classificada entre os países, a indústria de carne bovina do Brasil seria sozinha o sétimo maior emissor de gases de efeito estufa do mundo, à frente de grandes economias como o Japão.
Reportagem de Lisandra Paraguasu Redação de Ana Mano; Edição de Rod Nickell
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