RIO DE JANEIRO (AP) – O comitê do Congresso brasileiro acusou na quarta-feira o ex-presidente Jair Bolsonaro de incitar os distúrbios de 8 de janeiro no país e o acusou de planejar um golpe.
Um painel investigativo de senadores e representantes, em sua maioria aliados do atual presidente de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva – que derrotou Bolsonaro por pouco nas eleições do outono passado – o senador Votaram 20-11 para aceitar o relatório condenatório preparado por Elysian Gamma.
A medida foi em grande parte simbólica para Bolsonaro, pois foi um encaminhamento para a polícia e os promotores investigarem, e as autoridades federais já estão investigando separadamente seu possível papel no desencadeamento do levante de 8 de janeiro.
Recusando-se a comparecer à posse de Lula, Bolsonaro negou qualquer envolvimento nos distúrbios que eclodiram por mais de uma semana depois que o líder de direita deixou discretamente o país para ficar na Flórida.
“É completamente tendencioso”, disse Bolsonaro na audiência de quarta-feira, em comentários aos repórteres. “É um absurdo.”
Uma semana depois da posse de Lula, milhares de apoiantes de Bolsonaro invadiram o Congresso, o Supremo Tribunal e o palácio presidencial, recusando-se a aceitar a sua derrota eleitoral. Eles violaram barreiras de segurança, escalaram telhados, quebraram janelas e ocuparam edifícios públicos.
Muitos observadores da época especularam que os motins eram um esforço concertado para destituir Lula do cargo e não poderiam ter acontecido sem a cumplicidade de alguns militares e da polícia. A declaração de Gama contradiz essas afirmações e vai além ao dizer que foram orquestradas por Bolsonaro.
O relatório recomenda que Bolsonaro seja acusado de um total de quatro acusações, incluindo tentativa de derrubar um governo legitimamente constituído e tentativa de derrubar um regime democrático. Também inclui outras acusações contra dezenas de associados de Bolsonaro, incluindo ex-ministros, militares de alta patente e policiais.
Eles incluem o general Braga Neto, que serviu como ministro da Defesa de Bolsonaro e mais tarde seu vice; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e secretário de Segurança Pública de Brasília; Ex-Ministro de Segurança Corporativa, General Augusto Helino; o ex-Chefe do Estado Maior General Luis Eduardo Ramos; e Chefe da Defesa, Marinha e Forças Armadas do Brasil.
As forças do Exército e da polícia foram acusadas de não limpar acampamentos ilegais em várias cidades brasileiras, onde os manifestantes passaram semanas exigindo a intervenção militar, e foram brandos com os manifestantes no dia 8 de janeiro.
Eduardo Helleno, que leciona relações civis-militares na Universidade Federal Fluminense, disse: “Não me lembro (de uma investigação do Congresso) envolvendo um número tão grande de autoridades de alto escalão na história brasileira. Helleno disse que os esforços do relatório para destacar O papel dos militares nos motins, embora ineficaz, foi uma audiência pública de 1979 que fez vista grossa às violações dos direitos humanos durante a ditadura, contrastando fortemente com a Lei do Perdão.
“Sem medo. É assim que terminamos (indagação), porque a coragem é o ingrediente da civilização. Não há anistia para que isso nunca aconteça novamente, para que nunca esqueçamos o que aconteceu”, disse Sen. Randolph Rodriguez apoiou o relatório de quarta-feira e disse antes da votação.
Nara Bávão, que leciona ciências políticas na Universidade Federal de Pernambuco, disse que a votação dos legisladores na quarta-feira foi um movimento “embora simbólico” em direção à responsabilização.
“É muito importante tomar medidas contra o que aconteceu”, disse Bávao.
O relatório de 1.300 páginas é o resultado de meses de investigação da equipa, que interrogou quase duas dezenas de pessoas e recolheu centenas de documentos, incluindo extratos bancários, registos telefónicos e mensagens de texto.
Incluía um relato minuto a minuto da tarde em que milhares de apoiadores de Bolsonaro cercaram os principais edifícios do governo na capital após uma marcha de protesto que começou por volta das 13h.
Mas o painel também analisou os meses e anos que antecederam os acontecimentos – a crescente polarização e as repetidas tentativas de Bolsonaro de lançar dúvidas sobre a credibilidade do sistema de votação electrónica do país, que ele disse ser propenso a fraudes, embora não tenha apresentado quaisquer provas. .
Bolsonaro “não apenas instrumentalizou instituições, instituições e agências públicas, mas também aproveitou a vulnerabilidade e a confiança de milhares de pessoas”, afirma o relatório.
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