Dançando em torno de uma fogueira com cocares de penas brilhantes, um grupo de ativistas ambientais indígenas se prepara para o árduo processo de plantio de pinheiro brasileiro, lutando para salvar espécies ameaçadas de extinção – seu modo de vida.
A tribo Xokleng, que vive em uma reserva ameaçada no sul do Brasil, depende da árvore Araucaria angustifolia para se alimentar, usa suas propriedades medicinais para tratar doenças e a considera parte central de sua espiritualidade.
Mas a majestosa sempre-viva, também conhecida como árvore-vela, está perigosamente perto da extinção: de acordo com o Instituto Brasileiro de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), apenas 3% das florestas onde ela foi encontrada sobrevivem hoje.
“Sem Araucária não tem Xokleng”, disse Carl Kagran, 32, que mora na reserva Ibrama-Laglano.
Ele está ajudando no esforço de salvar o pinheiro brasileiro plantando dezenas de milhares de mudas.
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Se a árvore morrer, “nós e nossa cultura corremos o risco de extinção”, diz ele, usando um cocar tradicional de penas vermelhas e azuis.
Com até 40 metros (130 pés) de altura, com ramos extensos que se estendem de cima, vive em média cerca de 400 anos.
Suas sementes, que se assemelham a grandes pinhões, são um alimento básico para os 2.200 Xokleng.
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Mas é valorizada pelos madeireiros por sua madeira de qualidade – derrubando florestas para terras agrícolas e ajudando a levá-la à extinção.
Alarmado com seu declínio, Kakran e sua esposa, Gabe, criaram uma organização para salvá-la: o Jack Institute, nome da palavra Xokleng para árvore.
“Esta é nossa mãe, nossa árvore sagrada”, diz Gabe, 36, usando o cocar do marido e amamentando seu bebê.
“Nós somos seus guardiões.”
Até agora, eles plantaram mais de 50.000 mudas.
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É um processo delicado, demorado e altamente ritualístico.
As sementes demoram um ano para germinar. Uma vez plantada, leva de 12 a 15 anos para uma árvore jovem produzir suas próprias sementes.
Antes de plantá-las, os Xokleng realizam um ritual, cantando e dançando para invocar a proteção das mudas.
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Como muitos povos indígenas no Brasil, os Xokleng sofreram décadas de perseguição e ocuparam terras por fazendeiros e madeireiros.
A reserva deles, que compartilham com os povos Guarani e Kaigang, está no centro de um grande conflito jurídico no Brasil.
O território perdeu parcialmente seu status de proteção em 1988, quando a atual constituição do Brasil foi ratificada, quando um tribunal decidiu que os grupos indígenas não tinham o direito de reivindicar um território ao qual não pertenciam.
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As tribos argumentam que foram expulsas pelo regime militar do Brasil (1964-1985) e ainda reivindicam suas terras ancestrais.
O caso virou manchete durante o governo do ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro (2019-2022), que deixou o cargo em dezembro, prometendo não permitir “mais um centímetro” de reserva indígena no Brasil.
A decisão, que poderia abrir um precedente para todas as terras indígenas no Brasil, foi apelada até o Supremo Tribunal Federal.
Xokleng vê o plantio de araucárias como outra forma de resistência.
“Aprendi com meus avós que os aborígenes nascem para proteger a terra. Somos guardiões da terra, das florestas e da vida selvagem”, diz Carl.
Precisamos da ajuda de todos para protegê-los.
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