Maio 19, 2024

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Enchentes massivas causam caos no sul do Brasil

Enchentes massivas causam caos no sul do Brasil

As inundações no Rio Grande do Sul, no Brasil, que mataram pelo menos 85 pessoas, encerraram completamente as operações em três portos e interromperam quase todas as operações logísticas no estado.

Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, mais de 130 pessoas ainda estão desaparecidas, mais de 19 mil pessoas ficaram desabrigadas e cerca de 150 mil pessoas foram deslocadas em quase 350 municípios.

A Inchcape Shipping Services informou que os portos de Porto Alegre, Rio Grande e Tramontai foram totalmente fechados e que o nível do rio na capital Porto Alegre estava cinco metros acima do normal devido às fortes chuvas.

O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, também foi inundado. Quando todos os voos são cancelados, todas as operações de descarga e carga no porto são suspensas sem aviso prévio de retorno. O aeroporto também é utilizado para transferência de pessoal nos portos. Com o aeroporto e os portos fechados devido a inundações, as mudanças de pessoal estão suspensas até novo aviso. As ligações de transporte e o fornecimento de energia também foram cortados.

As fortes chuvas também provocaram o rompimento da barragem da usina hidrelétrica 14D Julho, de 100 MW, no rio Andas, na semana passada. A empresa de energia Companhia Energética Rio das Antas, que administra a usina, ativou um plano de evacuação de emergência no dia 1º de maio.

A siderúrgica brasileira Gerdau suspendeu as operações em duas fábricas até que pudesse garantir a segurança das pessoas, e a empresa de logística Rumo interrompeu parcialmente as operações, dizendo que os danos aos ativos ainda estavam sendo devidamente medidos.

A petroquímica Praskem fechou suas instalações no complexo petroquímico de Triunfo como medida de precaução devido a eventos climáticos extremos no dia 3 de maio, e atualmente não há previsão de retomada das operações naquele local. A Braschem opera oito unidades industriais no Rio Grande do Sul que produzem 5 milhões de toneladas de petroquímicos básicos, polietileno e polipropileno por ano.

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Grande parte do Rio Grande do Sul foi afetada por fortes chuvas desde 27 de abril. Em algumas áreas, as chuvas ultrapassaram os 300 milímetros em menos de uma semana. Por exemplo, no município de Bento Gonçalves o valor chegou a 543,4 milímetros. Porto Alegre recebeu 258,6 milímetros de chuva em três dias. Este valor corresponde a mais de dois meses de precipitação em comparação com a precipitação normal de Abril e Maio.

Devido aos enormes danos causados ​​​​pelo desastre natural, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu na segunda-feira ao Congresso que reconhecesse o estado de calamidade pública devido às fortes chuvas, seguindo regras aprovadas no ano passado.

As enchentes reavivaram memórias das fortes chuvas no Brasil em 2015, quando uma barragem rompeu, matando 19 pessoas e inundando dezenas de cidades. A barragem estava localizada em uma mina de minério de ferro de propriedade da Samarco, uma joint venture entre a brasileira Vale e a mineradora anglo-australiana BHP.

Dias depois do início desta última chuva, a Vale e a BHP ofereceram-se para pagar um acordo de quase 25 mil milhões de dólares para reparar os danos causados ​​pelo colapso.