Maio 5, 2024

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Economia brasileira enfrentará grandes obstáculos em 2023, dizem especialistas | notícia

A economia do Brasil enfrentará grandes desafios em 2023, incluindo um cenário global incerto, inflação desenfreada e uma lenta recuperação econômica, já que o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva inicia seu primeiro ano no cargo, dizem especialistas.

A nova equipe econômica de Lula, liderada pelo novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve tentar encontrar um equilíbrio entre o fortalecimento dos programas sociais como prometido e a contenção de gastos para evitar o aumento da dívida pública.

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A atividade econômica em 2022 se beneficiou de políticas de estímulo ligadas à candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro, que perdeu as eleições para Lula em outubro, segundo Roberto de Goes Ellery Jr., professor de economia da Universidade de Brasília.

“Olhando para os números de 2022, há um resultado interessante: crescimento bom para os padrões brasileiros e inflação alta, mas menor do que em outros países como Estados Unidos e Europa”, afirmou.

“Minha previsão é de que foi um ano bom, mas como já aconteceu na história do Brasil, pode haver mais gastos depois. Vejo com preocupação as consequências fiscais de uma arrecadação maior, porque é por causa da inflação.” disse o professor.

“Tivemos números positivos em 2022 por causa de políticas de curto prazo e temos que pagar a conta dessas políticas em 2023, quando o novo governo tentar cumprir as promessas de campanha”, observou.

O impacto do aumento dos gastos pode trazer problemas “porque ninguém quer juros mais altos, inflação ou desvalorização cambial”, observou.

“Minha leitura é que 2023 será um ano difícil do ponto de vista econômico e político. O governo precisará de muita capacidade para superar as dificuldades e entregar bons resultados e atender às necessidades da sociedade”, afirmou. disse.

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Luis Antonio Paulino, professor de economia da Universidade Estadual Paulista, espera que a taxa de crescimento do Brasil, que foi muito positiva em 2022, desacelere no próximo ano, arrastada pela incerteza global.

“Em 2022, a taxa de crescimento do Brasil deve ficar 2,8% acima da média dos países desenvolvidos, mas abaixo da média global e da taxa de crescimento dos países emergentes”, afirmou.

“O crescimento económico continuou em 2022, apesar das dificuldades, recuperação pós-pandemia da atividade, em particular no setor dos serviços, com o abrandamento das restrições impostas pela pandemia da COVID-19”, acrescentou.

As perspectivas para 2023 indicam um crescimento de 1% na economia brasileira, disse ele.

“No setor manufatureiro, a recomposição dos estoques industriais está ajudando a sustentar a atividade econômica do setor. Mas esses fatores positivos não devem continuar em 2023, tornando todas as previsões para 2023 piores do que 2022”, afirmou.

Sergio Rosa, especialista em políticas públicas e administração do governo federal, destacou que a economia brasileira passou por mudanças significativas desde 2016 como resultado das políticas neoliberais.

“Isso tem levado à desorganização da produção econômica, aparente falta de ação e efeitos diretos nos resultados, especialmente os derivados de políticas sociais de renda básica para os mais necessitados”, afirmou.

Esses fatores negativos, disse o economista, foram amplificados pela pandemia do COVID-19 e pela crise na Ucrânia.

“O desempenho econômico do Brasil nos últimos seis anos está em processo de reestruturação, com a irregularidade do sistema produtivo e de crédito, principalmente devido às novas tecnologias bancárias”, afirmou.

No entanto, o retorno do Partido Trabalhista ao poder levanta a perspectiva de políticas voltadas para uma maior integração e integração da produtividade, disse ele.

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O governo Lula deve “assegurar o cumprimento firme da lei, o que está associado ao aumento da capacidade de integrar a produção por meio de políticas sociais e se integrar positivamente à nova matriz de cadeias globais de valor agregado”.