Maio 5, 2024

FVO Site

Encontre as últimas notícias do mundo de todos os cantos do globo no site FVO, sua fonte online para cobertura de notícias internacionais.

Brasil aprova trigo transgênico enquanto temores de oferta de alimentos ajudam a convencer céticos

Brasil aprova trigo transgênico enquanto temores de oferta de alimentos ajudam a convencer céticos

BUENOS AIRES/SÃO PAULO, 3 Mar (Reuters) – O Brasil aprovou o cultivo e a venda de trigo geneticamente modificado resistente à seca, um grande impulso para a cultura outrora proibida, à medida que os temores de oferta global de alimentos e o clima seco regional aumentam o apelo de OGM.

A aprovação, emitida pela agência de biossegurança CTNbio, torna o Brasil o segundo país depois da Argentina a plantar a linhagem de trigo HB4 da Bioceres ( BIOX.O ). Outros mercados o aprovaram para consumo.

O Brasil é um dos maiores mercados consumidores e exportadores de alimentos do mundo. Embora o sinal verde não signifique que o Brasil em breve cultivará trigo transgênico para produção, representa uma grande mudança de atitude quanto às preocupações com a mudança climática e uma crise global de alimentos agravada pela guerra na Ucrânia.

O trigo transgênico nunca foi cultivado para fins comerciais devido ao medo do consumidor de alergias ou toxicidade na cultura básica usada para pães, massas e doces em todo o mundo. Produtos biotecnológicos como milho e soja, ração animal, biocombustíveis e óleo de cozinha são comuns.

Ultimas atualizações

Veja mais 2 histórias

A Bioceres disse em comunicado na sexta-feira que a aprovação “abre o mercado brasileiro para a tecnologia” e ajudará a facilitar a comercialização da cepa na Argentina. Ambos os países dominam a produção de trigo da América do Sul.

A empresa de fitogenética Tropical Melhoramento e Genética, sócia brasileira da argentina Bioceres, fez o pedido de aprovação.

Uma calorosa recepção

A Abimafi, associação que representa os fabricantes de biscoitos, massas, pães e bolos no Brasil, disse que a aprovação pode aumentar o abastecimento interno, o que reduziria os custos da indústria.

A associação já era contra a aceitação do trigo transgênico, mas mudou de posição depois que uma pesquisa mostrou que mais de 70% dos brasileiros não se importariam em consumir produtos que o contenham.

READ  Coreia do Sul e Brasil não aumentarão cota de BQ este ano

O Brasil cultiva trigo doméstico usando plantas convencionais adaptadas às condições climáticas locais, mas ainda depende da Argentina como fornecedora para importações substanciais.

O Brasil cultiva trigo em cerca de 3 milhões de hectares (741.316 acres), principalmente nos estados do sul do Rio Grande do Sul e Paraná.

Culturas tolerantes à seca, como trigo, milho e soja, podem atrair agricultores em áreas que enfrentam escassez de água. Na Argentina, a seca reduziu pela metade a safra de trigo desde o ano passado.

A Bioceres disse que seu trigo transgênico “apresentou rendimentos mais altos do que as variedades convencionais em todos os ambientes, com uma melhoria média de rendimento de 43% nos ambientes alvo”.

Em novembro de 2021, o Brasil se tornou o primeiro país do mundo a permitir a importação de farinha de trigo GM.

O grupo industrial de farinhas do Brasil, Abidrico, também elogiou a decisão, dizendo que resolveu “o risco de conflitos regulatórios” porque as importações de farinha foram aprovadas antes que o trigo HB4 da Bioceres fosse efetivamente usado no país.

“A aprovação para plantar, importar e comercializar o trigo transgênico resolve esse problema, trazendo tranqüilidade aos diferentes atores do mercado”, disse Abidrico em comunicado. “A palavra final é do consumidor.”

Reportagem de Maximilian Heath em Buenos Aires e Ana Mano em São Paulo; Edição por Steven Gratton, Adam Jordan e John Harvey

Nossos padrões: Princípios de confiança da Thomson Reuters.