(Reproduzido na íntegra)
SÃO PAULO, 15 Jun (Reuters) – A atividade de serviços no Brasil caiu mais do que o esperado em abril em relação ao mês anterior, mostraram dados da agência de estatísticas IBGE nesta quinta-feira, reforçando ainda mais os pedidos de corte na taxa de juros.
O setor de serviços, que responde por cerca de 70% de toda a atividade na maior economia da América Latina, teve queda de 1,6% em relação a março, disse o IBGE, enquanto economistas em pesquisa da Reuters previam uma queda média de 0,5%.
A queda segue um crescimento menor do que o esperado nas vendas no varejo em abril, apontando para uma desaceleração da economia, já que as taxas de juros estão em uma taxa cíclica de 13,75% desde setembro para controlar a alta inflação.
“Abril indica que a economia continua desacelerando”, disse Raffaella Vittoria, economista-chefe do Inter, “confirmando uma mudança na declaração de política monetária e o início do debate sobre cortes de juros”.
Segundo o IBGE, quatro dos cinco principais segmentos pesquisados caíram em abril, sendo os transportes o maior obstáculo.
Na comparação anual, a atividade de serviços cresceu 2,7% no mês, seu 26º aumento consecutivo, mas perdeu força, acrescentou a empresa. Os economistas esperam, em média, um aumento de 4,3%.
“É óbvio que fatores como crédito, níveis de inadimplência e taxas de juros afetam as empresas e os consumidores em geral”, disse o gerente de pesquisa Rodrigo Lobo.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na quinta-feira estar otimista com o crescimento econômico neste ano, mas voltou a criticar os altos juros no país, onde se reuniu recentemente com varejistas.
No início desta semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicou que a melhora das condições de mercado, com a inflação anual no nível mais baixo em mais de dois anos, abria caminho para uma mudança na política monetária.
O banco central realizará sua próxima reunião de taxas de juros nos dias 20 e 21 de junho. A inflação de serviços é um dos fatores acompanhados de perto pela Autoridade Monetária para determinar sua taxa de referência. (Reportagem de Gabriel Araujo e Camila Moreira Edição de Mark Potter)
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