BRASÍLIA, 3 Mai (Reuters) – A polícia brasileira invadiu nesta quarta-feira o celular do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro como parte de uma investigação sobre seus registros de vacinação contra a Covid-19.
A investigação pode responder a perguntas sobre como Bolsonaro, um cético convicto do coronavírus que jurou não tomar a vacina COVID, foi registrado como tendo sido vacinado em registros de saúde divulgados em fevereiro.
Uma pessoa familiarizada com a investigação disse que a polícia federal encontrou evidências de adulteração dos registros de vacinação de Bolsonaro nas últimas semanas de sua presidência no final de dezembro.
Bolsonaro confirmou a invasão em sua casa em Brasília a repórteres e reiterou que nunca havia tomado a vacina contra a Covid. Ele negou qualquer papel na suposta produção de documentos falsos.
“De minha parte, não há como mentir, não estou vacinado. Ponto final”, disse ele, com o telefone apreendido.
A investigação da vacina é uma das várias que colocaram o ex-líder de extrema direita sob pressão, incluindo repressão de eleitores, ataques à legitimidade das eleições brasileiras e manipulação de presentes estrangeiros.
Bolsonaro negou qualquer irregularidade nesses casos.
A Polícia Federal disse em comunicado que 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva foram expedidos em Brasília e no Rio de Janeiro como parte da operação, mas não identificou os alvos.
Pessoas familiarizadas com o assunto, falando sob condição de anonimato para discutir a investigação aberta, disseram que a polícia prendeu Mauro Cid, um dos assessores de maior confiança de Bolsonaro, que permaneceu como assessor quando ele deixou o cargo em janeiro.
Fonte diz que há indícios no celular de Cid de que Bolsonaro foi vacinado contra a Covid em 21 de dezembro. A entrada, feita em um posto de saúde pública no subúrbio do Rio de Janeiro, foi removida uma semana depois, acrescentou a fonte.
Os seguranças pessoais de Bolsonaro, Max Guilherme e Sergio Cordeiro, que faziam parte de sua turma, foram presos na operação desta quarta-feira.
O CID e outros assessores não puderam ser imediatamente contatados para comentar.
A polícia disse que estava investigando “dados falsos” supostamente inseridos no banco de dados nacional do COVID-19 entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, quando Bolsonaro era presidente.
“Como resultado, eles puderam emitir certificados de vacinação e usá-los para driblar restrições impostas por autoridades públicas no Brasil e nos Estados Unidos”, disse a polícia.
A investigação aponta razões “ideológicas” para evitar as regras de vacinação, disse a polícia, “para continuar o discurso de ataque à vacina contra a COVID-19”.
“Esperamos que todas as dúvidas jurídicas sejam sanadas e fique provado que Bolsonaro não cometeu atos ilícitos”, escreveu Valdemar Costa Neto, chefe do partido político de Bolsonaro, nas redes sociais.
Reportagem de Lisandra Paraguassu; Edição por Steven Gratton
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