Ao longo da última década, o Brasil melhorou a sua rede de estradas, ferrovias e portos, “alterando significativamente” a sua competitividade com os Estados Unidos no mercado global de soja, afirmou um relatório do Departamento de Agricultura na quinta-feira. Melhorias contínuas impulsionarão a posição do Brasil como maior produtor e exportador mundial de soja.
O USDA prevê que o Brasil exportará o dobro de soja que os Estados Unidos no atual ano de comercialização, respondendo por 58% da soja vendida internacionalmente. A participação dos EUA no mercado mundial cairá para 28%, contra 38% há dois anos. Ao mesmo tempo, a procura interna de óleo de soja dos EUA como matéria-prima para o diesel à base de biomassa está a aumentar.
“As melhorias na infra-estrutura de transporte terrestre do Brasil reduziram os custos de transporte em 21 dólares por tonelada métrica durante a última década, melhorando a posição competitiva do país”, escreveram analistas do Serviço de Pesquisa Econômica. O desenvolvimento dos portos do norte do país, perto do Canal do Panamá, reduziu os custos globais de transporte e reduziu a vantagem há muito desfrutada pelos produtores de soja no Centro-Oeste americano.
“Apesar do maior progresso, a infraestrutura de transportes e os portos do Brasil ainda enfrentam desafios para aumentar a eficiência, reduzir custos operacionais e atrair efetivamente investimentos para sustentar a expansão planejada do setor agrícola”, afirmou o relatório.
O transporte rodoviário de alto custo é o principal meio de transporte do Brasil, enquanto a soja dos EUA é transportada principalmente por via ferroviária e fluvial. A distância da fazenda ao porto é curta para a maioria das culturas dos EUA. O relatório da ERS disse que a pandemia perturbou as cadeias de abastecimento e fez com que os preços dos terrenos na China quase se igualassem aos da soja dos EUA e do Brasil.
A BR-163, a principal rodovia que atravessa o estado brasileiro de Mato Grosso, foi concluída em 2019, reduzindo o custo do transporte de soja para o porto de Miritituba, no norte do Rio Tapajós. Um terço das exportações de soja do Brasil passou pelos portos do norte até 2021.
O custo de produção da soja era maior por acre nos Estados Unidos do que no Brasil, mas o rendimento da soja por acre era maior nos Estados Unidos.
A linha de base de longo prazo do USDA projeta que a produção de soja no Brasil aumentará de 127 milhões de toneladas métricas em 2021/22 para 214 milhões de toneladas métricas no ano de comercialização de 2032/33. “As exportações de soja do Brasil deverão atingir 130 milhões de toneladas métricas até 2032/33”, disse o relatório, em comparação com 79 milhões de toneladas métricas em 2021/22.
O Brasil ultrapassou os Estados Unidos como o maior exportador mundial de soja há uma década.
Relatório do USDA sobre a competitividade da soja no Brasil e nos Estados Unidos Disponivel aqui.
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