SÃO PAULO, 25 Jan (Reuters) – A varejista brasileira Americanas SA (AMER3.SA) Ela deve cerca de US$ 8 bilhões a vários credores, disse um tribunal do Rio de Janeiro na quarta-feira, fornecendo o quadro mais detalhado até agora das revelações de falência da empresa a bancos e outros grupos.
A American, apoiada pelo trio de bilionários que fundou a empresa de investimentos 3G Capital, entrou em recuperação judicial na semana passada depois de revelar “inconsistências” em sua contabilidade, levando investidores como a BlackRock. (BLK.N) e para reduzir suas posições no Capital Group.
Cerca de R$ 41,2 bilhões (US$ 8,1 bilhões) eram devidos na lista fornecida na quarta-feira, segundo o tribunal, que inicialmente não divulgou os nomes dos devedores.
Mais tarde, os americanos divulgaram a lista completa de 7.720 credores em um depósito de títulos, variando de pequenos empréstimos a pessoas físicas e cidades a empréstimos multibilionários a bancos.
Banco alemão (DBKGn.DE) A American liderou a lista de credores expostos com US$ 1 bilhão, mas o credor alemão disse mais tarde que não tinha exposição ao varejista e não seria afetado por sua falência.
“O Deutsche Bank não foi afetado, pois não tem uma relação de empréstimo ou qualquer exposição de crédito com a empresa em questão”, afirmou em comunicado por e-mail.
Uma fonte familiarizada com a situação disse que o Deutsche Bank atuou como fiduciário em vez de dois títulos no valor de US$ 500 milhões garantidos pelos americanos.
Bancos brasileiros BTG Pactual (BPAC3.SA)Bradesco (BBDC4.SA) e Santander Brasil (SANB3.SA) – que os analistas disseram anteriormente estarem altamente expostos – estão listadas com mais de 3,5 bilhões em empréstimos cada.
O Santander entrou com pedido de recuperação judicial e o Bradesco planeja abrir um processo internacional contra os americanos, segundo a Reuters. Na terça-feira, um juiz suspendeu uma decisão anterior que permitiria ao BTG proteger R$ 1,2 bilhão detidos por americanos naquele banco. No entanto, a decisão foi revista por um tribunal federal na quarta-feira.
Os credores não responderam imediatamente aos pedidos de comentários depois que a lista de credores se tornou pública.
Na quarta-feira, os americanos buscaram proteção sob o Capítulo 15 do Código de Falências dos EUA, que ajudaria a empresa a proteger seus ativos nos EUA dos credores e permitiria buscar a aprovação do tribunal dos EUA para sua reestruturação brasileira.
A empresa americana de gestão de investimentos BlackRock Inc cortou drasticamente sua posição na empresa após um escândalo contábil, disse a Americanas.
Dados publicados no site da American mostraram que a BlackRock possuía mais de 45,5 milhões de ações ordinárias da empresa em dezembro de 2022, uma participação de aproximadamente 5,05%.
A BlackRock reduziu sua posição para pouco mais de 1 milhão de ações, ou cerca de 0,12%, e alguns instrumentos derivativos representavam 0,36% de suas ações ordinárias totais, disse a varejista.
No início desta semana, a Capital International Investors também anunciou que havia reduzido sua posição na americana de 7,04% para 4,07%. As ações da americana subiram 20% para 0,96 na quarta-feira, mas ainda acumulam queda de cerca de 90% no ano.
(US$ 1 = 5,1170 reais)
Reportagem de Gabriel Araujo; Reportagem adicional de Dietrich Knauth e Ricardo Brito; Edição de Rosalba O’Brien e Bradley Perrett
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