Tchau Paulo
CNN
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Em uma estrutura de madeira frágil em uma pequena favela na periferia de São Paulo, uma cozinha, cama e televisão ocupam o mesmo quarto.
Esta é a pequena casa de Sandra Silva, uma mãe solteira de 46 anos. Tudo o que ela podia pagar era cuidar de seus quatro filhos e um neto que viviam com ela em tempo integral, deixando-a com pouco tempo para criá-los.
“Não é fácil”, disse ele à CNN. Ele lutou para encontrar trabalho e vive de benefícios do governo, racionando o que a família come para poder comprar fórmula infantil. Na maioria das vezes, ela dá arroz e feijão às crianças, mas teme que eles precisem de alimentos mais nutritivos, diz ela.
A comida está em jogo para milhões de brasileiros pobres que vão às urnas para escolher seu próximo líder no segundo turno de domingo. Ele diz que vai votar no ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva por causa da insegurança alimentar de Silva.
“Houve muitas mortes durante a epidemia e depois nada melhorou, as coisas estavam ficando cada vez mais caras”, diz. “Quero votar em Lula porque (atual presidente brasileiro) Bolsonaro está lá há quatro anos. E ele não conseguiu fazer muito em quatro anos.
Mesmo com a queda do desemprego no país latino-americano, sua economia tem lutado para ganhar impulso desde os piores dias da pandemia. Agora, a guerra na Ucrânia está elevando o custo de vida e colocando muitas pessoas em risco. Um estudo recente de uma rede de ONGs, incluindo a Oxfam, descobriu que mais de 33 milhões de brasileiros estão passando fome.
Silva estava entre os que se mudaram para a favela conhecida como comunidade Nova Vitória Esperança há seis anos. Naquela época, havia apenas algumas casas na área densamente florestada, mas a epidemia aumentou seu número. Mais de 100 famílias, muitas expulsas pelos altos custos de outras partes da cidade, se mudaram para cá nos últimos dois anos. Assistentes sociais dizem à CNN que a maioria deles precisa de apoio.
Por todo o bairro, cartazes de apoio ao candidato presidencial de esquerda Lula da Silva e seu Partido dos Trabalhadores cobrem as paredes. Pouco amor foi mostrado ao seu rival, Bolsonaro de direita Ele lutou para alcançar esta região e seus eleitores.
Pesquisas nacionais mostram apenas uma diferença de cinco pontos entre os dois candidatos – 49% para Lula e 45% para Bolsonaro, de acordo com uma pesquisa de 20 de outubro da empresa brasileira Datafolha – ampliando a diferença para 57% para Lula e 37% para Bolsonaro. De acordo com o instituto, apenas os pobres são levados em conta.
Lula, que anteriormente atuou como presidente de 2003 a 2011, é amplamente creditado por tirar milhões de brasileiros da extrema pobreza por meio do programa de assistência social “Bolsa Família”.
Mas Bolsonaro tentou virar a maré, gastando bilhões em subsídios antes da eleição em um esforço para atrair eleitores pobres. O programa de assistência social de seu governo, chamado Auxilio Brasil, distribui R$ 600 (aproximadamente US$ 110) por mês em benefícios para famílias de baixa renda, mas ele prometeu continuar, sem explicar claramente como será pago.
O governo de Bolsonaro também anunciou no início deste mês, após o primeiro turno de votação se mostrar inconclusivo Um índice rápido de ofertas de ajuda Para os necessitados, bem como um esquema de voucher de gás.
No centro de São Paulo, Robson Mendonza, líder comunitário, diz acreditar que os esforços de Bolsonaro para atrair os pobres foram bem-sucedidos.
Mendonza dirige uma ONG. Entre outras coisas, eles operam um refeitório no centro de São Paulo que serve cerca de 1.400 refeições por dia.
Ele diz que muitos daqueles que ele ajuda diariamente estão desorientados pela política do governo e disseram a ele que querem votar no titular.
Mas Mendonza teme que Bolsonaro esteja realmente fora de sintonia, citando relatos públicos. Diminuição do apetite no país.
“Bolsonaro é capaz de mentir na emissora nacional, dizendo que não há fome no Brasil”, explica. “Mas milhões estão pedindo um prato de comida porque não podem se alimentar.”
Outra moradora de Nova Vitória Esperanza, Ivanilda Aninha, conhece bem a luta.
“Todo dia não dá para comprar pão. Tem dia que tem, tem dia que não”, explica Aninha, 36. “Nem sempre tenho leite em pó. Tem dia que não consigo comprar carne, então tenho que comer feijão ou arroz.
Ela abre a geladeira e revela água engarrafada e algumas outras coisas.
“Temos. Continuamos”, acrescenta.
A casa deles fica a três horas e três ônibus do centro rico da capital comercial do Brasil, além da agitação e dos belos arranha-céus. O marido de Aninha trabalha 14 horas por dia como pedreiro no centro da cidade. Apesar de seus esforços, eles ainda lutam para se alimentar e alimentar seus quatro filhos.
Anniha, assim como seu vizinho Silva, acredita que se Lula da Silva vencer as próximas eleições, sua situação vai melhorar.
“Se Lula ganhar, quero que ele baixe os preços dos alimentos e melhore as escolas, o transporte para nossos filhos. Acho que ele vai fazer o certo por nós”, diz. “Desde que votei nele, ele sempre entrega, faz coisas boas. Eu acho que ele vai fazer isso.”
Mas seu sorriso não esconde o medo e a incerteza que ela enfrenta.
“Acima de tudo, agradeço a Deus pelo que tenho”, diz ela antes de seu rosto cair. “Confio em Deus que Lula vai conseguir e que vai melhorar as coisas.”
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