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Cinco coisas sobre as urnas eletrônicas do Brasil

Cinco coisas sobre as urnas eletrônicas do Brasil

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RIO DE JANEIRO (AFP) – O Brasil usa urnas eletrônicas em suas eleições desde 1996. Mas só recentemente eles se tornaram controversos, com o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro acusando-os de fraude.

Aqui estão cinco coisas para saber sobre os computadores bege atarracados que alimentam o debate sobre a democracia no maior país da América Latina.

Como eles começaram?

Ironicamente, após o golpe de Bolsonaro, as urnas eletrônicas foram introduzidas em parte para combater a fraude.

Os brasileiros votam em cédulas de papel, onde marcam uma caixa ou escrevem um nome, dependendo do tipo de eleição.

Em um país onde 14% dos adultos eram analfabetos, o sistema era confuso, lento e fraudulento.

“Sempre havia problemas com o número. Erros de ortografia, nomes escritos no lugar errado, X’s fora da caixa – tudo isso invalidava uma cédula”, diz Henrique Neves da Silva, ex-juiz do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil.

“Houve também muita fraude e enchimento de urnas.”

Com a ajuda dos militares, especialistas em informática desenvolveram a primeira urna eletrônica do país, que foi lançada em 57 cidades para as eleições locais de 1996.

Quão difundidos eles são?

As eleições brasileiras de 1998 foram comemoradas com 67% dos eleitores e 100% das eleições de 2000.

O Brasil é um dos 23 países que usam votação eletrônica para eleições gerais, de acordo com a Organização Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral.

Outros 18 os usam para eleições regionais.

Como eles funcionam?

As máquinas estão equipadas com um cartão numérico.

Quando os eleitores digitarem um código de dois dígitos para o candidato escolhido, a imagem aparecerá.

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Eles pressionam um botão verde para confirmar.

“É uma máquina muito simples, com apenas uma função: contar votos”, diz Silva.

Um detalhe importante: as máquinas não estão conectadas à Internet.

Ao término da votação, os mesários retiram o cartão de memória de cada máquina e o enviam para um escritório local da Comissão Eleitoral, que transmite as informações por meio de uma rede independente para um sistema central de contagem em Brasília.

Em áreas remotas, como a floresta amazônica, a conectividade via satélite às vezes é usada.

Para o extenso país de 156 milhões de eleitores, os resultados geralmente são finalizados em duas horas.

Quão seguros eles são?

O software de contagem de votos é atualizado para cada eleição.

Os partidos políticos, o judiciário e os militares podem inspecionar o código-fonte.

Testes de segurança também são realizados onde profissionais de TI tentam hackear o sistema.

“Eles literalmente hackeam as máquinas e tocam no que quiserem. No dia da eleição (um hacker teórico) tem muito mais do que realmente existe”, diz Silva.

Nenhuma grande falha de segurança foi identificada até agora.

O que Bolsonaro está dizendo?

Bolsonaro insiste que o sistema está repleto de fraudes, mas forneceu poucas evidências.

Ele diz que deveria ter vencido o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, em vez do qual não há provas.

Ele insiste que uma impressão em papel seja mantida para cada votação para que a contagem possa ser verificada.

Mas as autoridades eleitorais dizem que isso pode abrir caminho para irregularidades.

Os promotores estão investigando o presidente por alegações de que ele espalhou informações falsas sobre o sistema de votação durante uma reunião com diplomatas estrangeiros em julho.

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A embaixada dos EUA disse após a reunião que a eleição brasileira foi “um precedente para o mundo”.

Bolsonaro ameaçou repetidamente não reconhecer os resultados das eleições, a menos que o sistema seja alterado.