Um grupo de futebolistas brasileiros e suas famílias chegaram a São Paulo na terça-feira após uma odisseia de dois dias para escapar da Ucrânia devastada pela guerra, onde jogam futebol de seu clube.
O contingente de 13 brasileiros do Shakhtar Donetsk estava entre as dezenas de pessoas que lotaram um trem e depois um ônibus para uma viagem à Romênia que durou mais de 30 horas.
De lá, eles puderam embarcar em voos de volta à sua terra natal.
“O mais difícil foi tudo o que vimos na estrada: gente morrendo, gente que não tinha nada a ver com essa situação”, disse Pedrinho, atacante de 23 anos, ao chegar ao São Paulo.
“Levei minha filha de quatro meses comigo e tudo que eu queria era que ela ficasse bem. Imagens de terror, cidades destruídas: essas são as coisas que ficam na minha cabeça.
“O que eu mais quero agora é estar com minha família, com meus pais. Eu me despedia deles todas as vezes que conversávamos porque não sabia se seria a última vez que nos falaríamos.”
Quando a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, os brasileiros do Shakhtar e dois jogadores do Dínamo Kyiv – o uruguaio Carlos de Pena e o brasileiro Vitinho – se abrigaram em um hotel com suas famílias enquanto pediam ao governo brasileiro que os ajudasse a deixar o país.
Antes do início da guerra, havia cerca de 500 brasileiros na Ucrânia. Isso caiu para cerca de 100 agora, de acordo com a embaixada brasileira em Kiev.
“Tudo explodiu de um dia para o outro. Na manhã de quinta-feira estávamos em casa quando começamos a ouvir o som das bombas, dos aviões, e foi aí que começou o pesadelo”, disse De Pena à AFP enquanto esperava em São Paulo por um voo para Montevidéu.
“Não foi fácil coordenar o transporte porque havia muitas pessoas desesperadas, muitas pessoas fugindo, tropas russas se aproximando da capital.”
Agora ele se lembra dos sentimentos de “medo, tristeza e não saber se vamos voltar”.
O brasileiro Marlon Santos, 26, admitiu que era “difícil manter a calma”.
Depois de três dias no hotel, os jogadores embarcaram em uma viagem de trem de 17 horas e depois de 15 horas de ônibus com a ajuda da Uefa, órgão que administra o futebol europeu, para chegar à Romênia.
“Estava muito escuro quando saímos, não sabíamos o que encontraríamos”, disse Maycon, 24 anos, jogador do Shakhtar que saiu com a esposa, dois filhos e pais.
“Só pedi calma para que meus filhos não sentissem o que estávamos sentindo”, disse a esposa de Maycon, Lyarah Vojnovic Barberan.
Mas o alívio de agora estar em um porto seguro é moderado pela preocupação com os companheiros de equipe ucranianos deixados para trás.
“Temos grandes amigos lá, sinto muito por eles e realmente espero que tudo se resolva”, disse Maycon.
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