SÃO PAULO (AP) — Desde o início de sua carreira, o cantor brasileiro nascido em Nova York, Pepe Gilberto, lançou álbuns enraizados na rica história musical do país sul-americano. E na voz da sua família – a voz do seu falecido pai, pioneiro da bossa nova, Jono Gilberto.
Mas ela nunca teve a intenção de gravar um álbum com suas músicas. Até agora.
Quatro anos após sua morte, ele decidiu que era hora de se reconectar com a maior influência de sua vida e carreira. Assim lançou “João”, seu primeiro álbum composto inteiramente por músicas compostas ou popularizadas por seu pai.
“É uma carta de amor para ele”, disse Gilberto à Associated Press em entrevista por telefone de seu apartamento em Nova York esta semana, em meio aos shows de sua turnê atual. “Sabe quando você quer homenagear alguém? Eu queria falar com ele. É a minha maneira de fazer este álbum.”
“A hora chegou. Queria que a música dele viajasse novamente”, acrescentou.
Mesmo assim, a artista de 57 anos, que divide seu tempo entre Nova York e Rio de Janeiro, não se sente muito confortável em fazer covers de alguns sucessos de seu pai, como “Fly, My Heart” (“Sega de saudade” em português). , que muitos especialistas da bossa nova em 1959 consideraram a estrutura fundadora do gênero ou “A Garota de Ipanema”. Seu pai e sua primeira esposa, Astrud Gilberto Trazido para um público global em 1958.
Gilberto disse que passou muito tempo trabalhando em “Joa”, escolhendo as músicas favoritas do pai, contando com a reação musical e emocional dela, e depois “fazendo algo que ninguém liga – escolhendo a ordem”.
“É importante para mim ter uma sensação de fluxo”, disse ele. “Eu sei que está desatualizado, mas preciso dele.”
“Adeus America” (“Goodbye America”) abre o álbum. Nesta música, João Gilberto descreve sua saudade do Brasil ao passar uma temporada na América, na casa de um de seus amigos íntimos e colaboradores frequentes, o saxofonista de jazz Stan Getz.
A próxima música é “Eu Vim da Bahia”, que celebra sua casa no Nordeste do Brasil após a saída de seu pai dos Estados Unidos.
Para Gilberto, as músicas são mais do que uma celebração do pai – são uma celebração da sua nação.
“A música do meu pai é a música do Joe. Ele não é um mensageiro da bossa nova. O que ele fez foi música brasileira”, disse o cantor. “Sei que estou tentando não usar esse chapéu, o chapéu já está aí, mas estou tentando dizer a outros artistas que ‘João’ é uma homenagem à música brasileira, não a um gênero específico.”
Esse apreço pelos sons brasileiros está se espalhando para novas gerações de fora do país que estão tendo contato pela primeira vez com a música. Gilberto disse que está animado com vozes mais jovens, como a pop star Billie Eilish, que lançou o hit “Billie Bossa Nova” em 2021, e a arrogância brasileira de “The Perfect Name”, de Peabody.
“Sou fã da Billie e ela se saiu muito bem. E tenho certeza que muitos jovens artistas o ouviram e começaram a ouvir música brasileira”, disse Gilberto. “Espero poder trazer um pouco mais para a mesa com meu álbum.”
Mas publicar uma homenagem ao seu pai é uma coisa. Apresentá-lo diante de um público é outra. Após o lançamento do álbum, em 25 de agosto, Gilberto ficou com os olhos marejados em seus primeiros shows, imaginando o que teria pensado de “Joa”.
“É difícil se distanciar quando você é artista, ainda mais quando você tem tantas emoções”, disse ela. “Ele é meu pai e tenho um coração vulnerável. Mas já desenvolvi alguma resiliência para cantar.
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