Abril 20, 2024

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Destaque: A Transformação do Setor Elétrico Brasileiro

Destaque: A Transformação do Setor Elétrico Brasileiro

O setor elétrico brasileiro está passando por uma profunda transformação.

Além da expansão do mercado livre (desregulamentado), o país começará a sentir as consequências da privatização de sua maior empresa de energia elétrica, a Eletropras.

Outras mudanças podem acontecer se um novo governo for formado após a eleição presidencial em outubro.

A BNamericas procurou três especialistas que analisaram a situação pós-privatização da Eletrobras, bem como questões regulatórias e políticas.

Michael Leotonio, Coordenador de Novos Negócios da Trinity Energy:

As usinas da Eletropras hoje fornecem energia diretamente às distribuidoras por meio de um sistema de cotas [as provided by a provisional measure called MP 579, published by the Dilma Rousseff government to reduce electricity rates] O contrato será extinto em cinco anos.

Assim, haverá mais energia disponível no mercado, que pode ser vendida por meio de leilões para atender concessionárias de fornecimento de energia em ambiente regulado ou por meio de contratos bilaterais em ambiente de contrato livre.

Adicionalmente, Lei 14.182/2021, que estabeleceu as condições para a privatização da Eletropras, estipulando que os pagamentos devem ser feitos pela empresa ou suas controladas na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A CDE é paga por todos os consumidores do país por meio de uma única cobrança, que no caso de consumidores cativos [regulated environment], incluído na tarifa de energia elétrica. Portanto, espera-se que a privatização tenha um impacto positivo nas contas de eletricidade dos consumidores.

A forma como o governo Lula reagirá à questão da tarifa de energia elétrica é altamente imprevisível. Ele se mostrou contra a privatização da Eletropras, mas como o processo já foi feito, não parece haver possibilidade de reversão com o novo governo, principalmente se depender da aprovação do Congresso. . Além disso, não fez declarações específicas sobre os passos que daria em relação ao setor elétrico.

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O principal tema de interesse no mercado atual é o seu progresso Projeto de lei 414/2021, que já foi aprovado no Senado e aguarda debate em comissão especial da Câmara. A questão mais pertinente abordada pelo Projeto de Lei é a abertura de um mercado livre a todos os consumidores, independentemente de seu consumo ou nível de tensão.

Com essa abertura, associada às altas taxas do mercado regulado, deverá haver um aumento na quantidade de energia negociada no mercado livre, despertando o interesse dos investidores em atuar neste mercado.

Daniela Alcaro, Sócia da Estima Energia Power Trading Company:

Estou otimista com os resultados da capitalização da Eletropras. A empresa terá mais eficiência financeira, menos interferência política e gestão mais profissionalizada com mais competitividade.

O impacto da capitalização nos mercados regulado e livre virá do fim do regime de cotas de suas usinas hidrelétricas, que, desde a MP 579, forneciam energia elétrica ao mercado regulado praticamente às custas dos custos de manutenção e do risco hidrológico. .

No novo modelo, essas usinas poderão renovar suas concessões e vender a energia produzida a preços de mercado, levando em consideração o risco hidrológico.

Para o mercado regulado, os preços serão mais baratos se houver anos secos de 2017 a 2021, mas se houver hidrologia favorável nos próximos anos, a energia será maior do que no modelo anterior. Essa energia é devolvida ao mercado regulado a preços de mercado em contratos longos, que são superiores ao que o mercado regulado pagava às usinas quando estavam sob regime de cotas. As estações secas, com preços elevados, deixam de afetar o mercado regulado em função da potência dessas usinas. Antes, sim, porque a MP 579 determinava que o próprio mercado regulado aceitasse o risco hidrológico e, portanto, mudasse para as taxas de custo.

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No mercado livre, o fim do regime de cotas pode aumentar a oferta de energia e baixar os preços de mercado, mas tal afirmação não pode ser feita porque parte da energia liberada do regime de cotas pode atender o mercado regulado por meio de leilão. Energia existente. A quantidade dessa energia que flui para o mercado livre depende da quantidade de sobrecontratação das concessionárias durante o leilão.

Tenho preocupações com o perfil mais intervencionista do Partido Trabalhista [Lula’s party] Modelo de gestão. Durante o governo de Dilma Rousseff, houve uma tentativa de redução do preço por meio da intervenção da MP 579, que, de fato, elevou os preços futuros da energia e desestimulou os investimentos na Eletrobras, desvalorizando a empresa.

Em relação à Petrobras, Lula manteve uma narrativa intervencionista durante sua campanha, criticando a falta de intervenção do governo nos preços dos combustíveis. A não adequação dos preços dos combustíveis, os insumos de produção tornam-se caros, prejudicarão os resultados da empresa, levando à depreciação de seus ativos, aumento dos custos de empréstimos e consequente prejuízo ao governo central no futuro.

Sobre os desafios regulatórios e de planejamento do setor, destaco os seguintes pontos:

– Até 2030, 8GW de termelétricas inflexíveis entrarão [as foreseen by the Eletrobras privatization law];

– Fim do regime de cotas das usinas da Eletrobras e excesso de oferta no mercado livre;

– Emissão de aprovações massivas de usinas a serem construídas em 48 meses;

– Os leilões futuros são fontes de energia ou não?

– Discussão do Anexo C do Tratado de Itaipu [which deals with the sale conditions of power generated by the binational hydroelectric plant];

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– Planejamento de intercâmbio entre as regiões Nordeste e Sudeste;

– E a Técnica de Reatribuição de Energia (MRE) e o Fator de Escala de Geração (GSF)?

Henrik Cassotti, Sócio da Genco Energia:

A privatização da Eletrobras cria o “novo” poder mais relevante do mercado. Terminado o regime de cotas de suas usinas, teremos 6GWa de energia, que estarão livres para negociar no mercado livre ou leilão de energia existente até 2028.

As coisas vão se equilibrar dependendo do ritmo de abertura do mercado. No entanto, caso haja atraso, o efeito do aumento da liquidez no mercado livre pode afetar os preços no curto e médio prazo.

Com as lições aprendidas pelo governo Lula no passado e a tentativa de intervir na MP 579, não acredito que haverá grandes intervenções.

Os sinais de Lula ao centro também indicam que as agendas atuais podem continuar. Há dúvidas sobre a rapidez com que o mercado se abrirá, especialmente porque há resistência dos consumidores de baixa tensão.

A principal mudança regulatória prevista está relacionada à antecipada abertura de mercado do PL 414 e seus avanços na modernização do setor.

Entre os aspectos que podem afetar negativamente os agentes de geração está o aumento da TUST (Tarifa de Uso da Transmissão) devido à necessidade de grandes investimentos no escoamento de energia a partir da expansão das energias renováveis ​​não convencionais na região Nordeste.