Brasil espera desaceleração do comércio com a China, mas ainda tem superávit saudável
O Brasil espera um crescimento mais lento nas exportações este ano, à medida que a China implementa medidas de bloqueio mais duras para conter a disseminação do Covit-19. Apesar disso, a Fundação Getulio Vargas (FGV), principal think tank do país, divulgou dados sobre indicadores de comércio exterior (Icomex) que podem ajudar a China a aumentar seu superávit comercial no Brasil.
De janeiro a abril de 2022, o valor das exportações brasileiras cresceu 24,1% em relação ao mesmo período de 2021. As importações avançaram 27,6%.
Em termos de volume, as exportações do Brasil aumentaram 3,5% de janeiro a abril de 2021 em relação a janeiro – abril de 2022, enquanto o valor das importações encolheu 3,5%.
Tal desequilíbrio é explicado pelo aumento dos preços: por exemplo, de janeiro a abril, os preços de exportação aumentaram 19,6%, enquanto os preços de importação aumentaram 32,2%.
“As pressões inflacionárias globais são exacerbadas pelo aprisionamento forçado da China para controlar a epidemia.
“Além da guerra na Ucrânia, o novo bloqueio na China exacerbou interrupções sem precedentes nas cadeias de suprimentos globais, levando a novas pressões inflacionárias”.
Entre abril de 2021 e 2022, as exportações brasileiras aumentaram 10,7% em valor e as importações 29%. O aumento do valor das importações é explicado pelo aumento de 35,4% no preço, seguido de uma redução de 5%. Os preços de exportação subiram 21,1% e o volume caiu 9%.
A FGV destacou que “o comércio estava em queda e os preços estavam subindo tanto nas exportações quanto nas importações”.
A Icomex informa que, após o choque inicial do surto do novo coronavírus, os preços internacionais aumentaram de forma constante no início de 2021, impulsionados por um aumento na demanda global.
“Para o Brasil, o crescimento de 8,1% do PIB da China impulsionou a demanda por bens. “Esse comportamento mudou desde o final de 2021. Desde então, as mudanças nos preços de importação começaram a superar as exportações.
O atual bloqueio imposto às cidades chinesas pode restringir a economia asiática, o que pode contribuir para a queda dos preços internacionais. Por outro lado, novos desafios nas cadeias de suprimentos e canais logísticos indicam que “os efeitos não serão imediatos e ficarão limitados a este ano”.
“No entanto, há um efeito de redução da demanda por commodities, o que afeta o tamanho da atividade econômica do país. Isso não será uma boa notícia para as exportações brasileiras, como as empresas de minério de ferro”, comentou a FGV sobre os efeitos do lockout na China.
De janeiro a abril, as exportações do Brasil para a China caíram 9,6% em relação ao mesmo período de 2021. No entanto, os Estados Unidos (7,7%), a União Europeia (10,2%) e a Argentina (6,7%) expandiram.
Por outro lado, as importações da China aumentaram 4% de janeiro a abril, enquanto o Brasil comprou menos dos Estados Unidos (-5,4%), da União Europeia (-3,5%) e da Argentina (-9,5%).
FGV, o Brasil exportou menos minério de ferro para a China, mas os chineses aumentaram suas compras de carne bovina.
O relatório do Icomex prevê que “mesmo que a economia chinesa se recupere, o país continuará dominando o comércio exterior brasileiro”.
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