Pelo menos 117 pessoas morreram na sequência de enchentes e deslizamentos de terra em Petrópolis após mais de um mês de chuva caiu na terça-feira.
O presidente brasileiro Jair Bolsonaro comparou a cidade de Petrópolis, da era colonial do Brasil, a uma zona de guerra depois que deslizamentos de terra e inundações mataram pelo menos 117 pessoas, com centenas de equipes de resgate ainda vasculhando os escombros.
“Vi uma destruição intensa. Parecia quase uma guerra”, disse Bolsonaro após sobrevoar o desastre na cidade localizada na serra norte do Rio de Janeiro que foi atingida por chuvas torrenciais.
Com muitas pessoas ainda desaparecidas na sexta-feira, as autoridades disseram que o número de mortos deve aumentar ainda mais à medida que a região sofre com as chuvas mais fortes em quase um século.
“Espero aqui encontrar minha esposa. Tenho certeza que ela está aqui. A vizinha de baixo disse que estava na sacada quando ocorreu o deslizamento de terra”, disse Marcelo Barbosa, morador.
O chefe da Defesa Civil do Rio de Janeiro, Leandro Monteiro, está entre os mais de 500 socorristas, junto com vizinhos e parentes das vítimas que ainda procuram sobreviventes.
“Moro aqui há 44 anos e nunca vi nada parecido… Todos os meus amigos se foram, estão todos mortos, todos enterrados”, disse a moradora Maria José Dante de Araujo.
Bolsonaro prometeu assistência federal para ajudar a população e começar a reconstruir a área.
O desenvolvimento ocorre em um momento crítico para Bolsonaro, que deve concorrer à reeleição em outubro. Ele sofreu recentemente com seu menor índice de aprovação desde que seu mandato começou em janeiro de 2019 – parcialmente como resultado de sua resposta à pandemia de COVID-19, que deu ao Brasil um número de mortos de mais de 600.000, o segundo maior do mundo.
Isso o deixa em uma posição vulnerável antes de sua provável candidatura à reeleição, onde deve enfrentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo as primeiras pesquisas de opinião, tem uma vantagem considerável.
Enquanto isso, mais de 700 pessoas tiveram que deixar suas casas e se abrigar em escolas locais e outras acomodações improvisadas. O governador do Rio, Claudio Castro, na quarta-feira comparou a área afetada com uma zona de guerra.
O necrotério local foi forçado a usar um caminhão refrigerado como backup, pois mais vítimas estavam sendo trazidas enquanto outros corpos ainda eram aguardados para serem identificados por suas famílias.
As chuvas, que só na terça-feira superaram a média de todo o mês de fevereiro, provocaram deslizamentos de terra que inundaram ruas, destruíram casas, arrastaram carros e ônibus e deixaram cortes de centenas de metros nas encostas das montanhas da região.
Foi a maior chuva registrada desde 1932 em Petrópolis, destino turístico da serra do estado do Rio de Janeiro, popularmente conhecida como a “Cidade Imperial” por ser o refúgio de verão da realeza brasileira no século XIX.
“Eu nem tenho palavras. Estou devastado. Estamos todos devastados pelo que perdemos, pelos nossos vizinhos, pelos nossos amigos, pelas nossas casas. E nós continuamos vivos, e os que já se foram”, questionou a moradora Luci Vieira dos Santos.
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