RIO DE JANEIRO, 16 Mar (Reuters) – Biólogos do Rio de Janeiro que estudam a presença de microplásticos na vida marinha na costa da cidade-postal do Brasil descobriram que o impacto da poluição plástica é muito pior do que eles temiam.
A equipe de biólogos veste roupas de mergulho e cilindros de oxigênio para mergulhar nas águas tropicais ao redor do Rio e amostrar a vida marinha do oceano. Eles então medem a quantidade de microplásticos encontrados dentro dos organismos em um laboratório.
Objetos de plástico que acabam no oceano se quebram em pedaços menores e podem acabar dentro de peixes e outras criaturas, disseram os pesquisadores à Reuters.
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“Eu estava com medo. Eu sabia que encontraria alguns [microplastics] mas nunca pensei que seria tanto”, disse Raquel Neves, bióloga marinha da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que encontra os microplásticos ao microscópio.
Até os ouriços-do-mar extraídos do que se pensava ser uma área limpa ao redor das ilhas Cagarras – declaradas monumento natural desde 2010 – apresentam vestígios de plástico em seu interior, disseram os pesquisadores.
“Nosso papel como pesquisadores, como academia, é mostrar isso, levantar um sinal de alerta dizendo ‘isso está errado, acorde'”, disse Neves. “Ainda há maneiras de reverter isso, mas em breve não poderá haver nenhuma.”
O consumo de plástico descartável aumentou durante a pandemia de coronavírus, de acordo com a ONG International Solid Waste Association.
Um estudo de 2020 realizado por cientistas e especialistas do setor para The Pew Charitable Trusts e SYSTEMIQ prevê que a quantidade de plástico despejado no mar a cada ano pode aumentar de 11 milhões de toneladas para 29 milhões de toneladas. Isso pode significar um potencial de 600 milhões de toneladas de plástico no oceano até 2040, o equivalente ao peso de 3 milhões de baleias azuis, segundo o relatório.
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Reportagem de Sergio Queiroz, roteiro de Steven Grattan; edição por Diane Craft
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