É improvável que o Brasil possa aumentar sua produção de petróleo em 300.000 b/d em 2022 para ajudar a estabilizar o mercado global em meio às sanções impostas à Rússia em resposta à invasão da Ucrânia.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez a promessa em recente reunião em Paris com a Agência Internacional de Energia (AIE). Mas contatado pela BNamericas, um porta-voz do Ministério de Minas e Energia (MME) disse que a previsão precisa de crescimento é, na verdade, de 290.000b / d em dezembro em comparação com o mesmo mês de 2021.
De acordo com a agência reguladora do setor ANP, o Brasil produziu 2,84Mb/d (milhões de barris por dia) de petróleo naquele mês, ou seja, teria que chegar a 3,13Mb/d até dezembro, alta de 10,2% em relação ao ano anterior e 96.000b/d a mais do que a produção média registrada em janeiro (3,03Mb/d).
A meta de volume de dezembro também é muito superior à média de 2021 de 2,9Mb/d, bem como a média de 2,99Mb/d da ANP projetada para 2022.
Para este ano, três projetos offshore estão programados para entrar em operação: o Mero 1 da Petrobras, com o FPSO Guanabara, capaz de produzir 150.000b/d de óleo, e o Peregrino fase 2 da Equinor, que, aliado à retomada do Peregrino 1, é deverá atingir uma saída de 110.000b/d.
Mas, o declínio dos campos maduros também deve ser considerado.
“Na realidade, o aumento teria que ser superior a 15%, sendo 5% a 8% para compensar a queda natural e outros 10% para aumentar de fato a produção. Isso seria 500.000b/d de nova capacidade, o que é muito improvável”, disse um consultor local, pedindo anonimato devido a questões contratuais, disse à BNamericas.
Rodrigo Leo, coordenador técnico da associação petrolífera Ineep, disse à BNamericas que o crescimento de 10% dependerá da estratégia da Petrobras de continuar vendendo áreas maduras com foco no pré-sal, e esse processo resultou, pelo menos inicialmente, em uma produção temporária redução.
O aumento também dependeria de uma mudança nas paradas programadas de plataformas, o que pode afetar a segurança das operações, disse ele.
“Parece-me que é viável, mas não provável, já que não é um processo simples”, disse ele à BNamericas.
A ANP não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Em entrevista recente à Reuters, o diretor-geral da ANP, Rodolfo Saboia, destacou que o ritmo de produção no país é ditado por planos de desenvolvimento acordados entre o regulador e as operadoras, o que limita os ganhos imediatos.
“A produção vai crescer, mas não há muito o que fazer para acelerá-la”, disse.
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