LISBOA, 18 de novembro (Reuters) – O brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que tem se esforçado para melhorar as relações exteriores e a reputação do Brasil no exterior, viajou para Portugal na sexta-feira após a cúpula da COP27 no Egito.
O esquerdista, que venceu a eleição presidencial do mês passado contra o presidente de direita Jair Bolsonaro, deve iniciar seu terceiro mandato em janeiro. Até lá, ele tem a missão de dizer ao mundo que “o Brasil está de volta”.
Durante os quatro anos do incendiário Bolsonaro no cargo, as relações do Brasil com muitos países azedaram à medida que o desmatamento da Amazônia disparou sob sua gestão.
Na quarta-feira, Lula teve uma recepção superestrela na COP27 ao prometer devolver a nação da floresta tropical para enfrentar a crise climática e se oferecer para sediar futuras negociações climáticas da ONU. O presidente eleito se reuniu com os embaixadores climáticos da China e dos Estados Unidos, bem como com o chefe de política climática da UE.
Em Portugal, Lula se reuniu com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro Antonio Costa na sexta-feira.
Em entrevista coletiva com Costa, Lula disse que o Brasil era um país “feliz” e “esperançoso”, mas ficou “triste” porque Bolsonaro “não queria falar com ninguém”.
“Ninguém quer ir ao Brasil porque o comportamento dele (de Bolsonaro) é totalmente antibrasileiro e antidemocrático”, disse Lula. “(Mas) quero dizer a vocês que o Brasil voltou ao normal.
“O Brasil, depois das eleições, volta a ser um país feliz.”
‘Grande vitória’
Após o desembarque, o presidente eleito almoçou num restaurante de Lisboa e foi recebido por uma multidão de apoiantes. Os brasileiros – que falam português – são a maior comunidade imigrante de Portugal e Lisboa tem o maior número de eleitores brasileiros fora do país sul-americano.
Ao se encontrar com Rebelo de Souza na residência oficial do presidente, partidários vestindo vermelho, a cor do Partido dos Trabalhadores de Lula, se reuniram do lado de fora.
André Eduardo, 37, chamou a vitória de Lula de “uma grande vitória contra o fascismo”.
Alguns apoiadores de Bolsonaro também acusaram Lula de chamá-lo de “ladrão”. Um deles, Muria Durreux, disse que Lula “não foi eleito pelo povo” e “roubou a eleição”.
Antes da votação, Bolsonaro repetidamente fez alegações infundadas sobre o sistema de votação do Brasil. No fim das contas, embora não concordasse, isso não impediu Bolsonaro de entregar o poder. Mas alguns de seus apoiadores se recusaram a aceitar a decisão.
A cúpula da COP27 foi a primeira viagem de Lula ao exterior desde sua eleição, mas Portugal foi sua primeira visita bilateral.
“Ao escolher Portugal como primeiro país para uma visita bilateral após a sua eleição, acreditamos que está a enviar um sinal muito forte”, disse o ministro das Relações Exteriores, João Gravinho, à agência noticiosa Luza.
Bolsonaro não visitou Portugal durante seu mandato e, em julho deste ano, cancelou uma reunião com o presidente português no Brasil porque o líder português também planejava se encontrar com Lula.
“Vamos recomeçar a conversa para o melhor do nosso povo”, escreveu Lula no Twitter na sexta-feira.
Relatório de Katerina Demoni; Edição de David Gregorio e Rosalba O’Brien
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